Com a análise de dados implementada internamente, a área civil encontra meios promissores para potencializar a eficiência dos processos e transformar a gestão de obras
O avanço de novas tecnologias sobre o cenário empresarial do país trouxe perspectivas inovadoras quanto à utilização dos dados. Com isso, conceitos de Analytics e Business Intelligence (BI) têm ganhado força entre os gestores, oferecendo uma abordagem fundamentalmente analítica sobre informações disponibilizadas. O resultado é uma cultura orientada à inteligência estratégica, capaz de estabelecer parâmetros técnicos para que os profissionais tomem decisões mais assertivas e seguras.
É de conhecimento geral que praticamente todas as organizações lidam com um fluxo informacional, independentemente do segmento em que se atua. Dentro do contexto da construção civil, o quadro não é diferente, pelo contrário, pode-se observar um aumento contínuo na quantidade de dados recebidos e trabalhados, em decorrência da expansão mercadológica almejada pelas empresas. Isso traz desafios significativos.
Nesse sentido, no que diz respeito à realidade operacional de construtoras e incorporadoras, o BI surge como uma alternativa imprescindível, cujo valor para o gerenciamento, coleta e utilização de informações internas reflete em melhorias impactantes para departamentos diversos.
Construtoras que implementaram a tecnologia de BI em seus principais processos atingiram a maestria na gestão, iniciando desde na análise de viabilidade para novos empreendimentos, passando para o planejamento e controle orçamentário efetivo da EAP, gestão de recursos humanos, documentações e materiais, concluindo com o acompanhamento da evolução da obra em tempo real.
Índices de desempenho para maior competitividade
Manter-se em um nível elevado de competitividade é um objetivo comum entre as empresas, especialmente em tempos de instabilidade, no qual cada detalhe faz uma enorme diferença. Felizmente, a construção civil sempre foi bastante propensa à inovação, enxergando na tecnologia uma aliada para amplificar o alcance de suas produções. Hoje, sem dúvidas, o Analytics representa um dos principais pilares da transformação digital e isso abre portas para mudanças bem-vindas para o setor.
Por meio da análise de dados, será possível construir indicadores de performance, a fim de inspecionar a eficácia de métodos de trabalho, planejamentos estratégicos, entre outros processos importantes para a obtenção de resultados satisfatórios. O referencial analítico ainda serve para que as equipes trabalhem com prazos mais realistas, encontrando pontos de melhoria e lacunas a serem preenchidas e estimulando a produtividade dos envolvidos.
No caso de obras e projetos grandiosos, que lidam com inúmeros profissionais, à primeira vista, pode parecer complicado acompanhar o desempenho de todos. Nesse ponto, o BI traz os artifícios necessários para que o líder fiscalize o desenvolvimento das atividades, quem está correspondendo às demandas ou deixando a desejar, além de indicar formas para que situações adversas sejam contornadas.
Outra contribuição que influencia, de modo direto, na competitividade da organização é a contribuição da inteligência analítica para a governança financeira, por meio da redução de gastos desnecessários. Afinal, o responsável pelas finanças terá uma visão muito mais clara sobre a efetividade de determinados investimentos, podendo direcionar recursos adequadamente.
Qual é o impacto sobre a gestão de obras?
Com todas as vantagens da análise de dados colocadas à mesa, tendo como foco as construtoras e incorporadoras, o maior desafio fica a cargo do gerenciamento de obras. Em um cotidiano totalmente dinâmico e caótico, ter uma postura reativa, com preparo para tomar as melhores decisões, em tempo real, pode ser o diferencial entre o sucesso e a falha de um projeto.
Isso posto, com a geração de insights consistentes, é possível que se conduza etapas orçamentárias, operacionais e logísticas, por exemplo, com a certeza de que as iniciativas mais eficientes estão sendo empregadas – sempre sob um olhar atento ao mercado e suas tendências.
Por fim, fica evidente o que se pode conquistar com a presença de ferramentas de Analytics. Para o ramo da construção civil, uma ótima oportunidade de se consolidar uma nova modalidade de gestão, desta vez alinhada com o que há de mais vantajoso em termos de inovação, aproveitando o poderio analítico que os dados corporativos são capazes de oferecer.
*Eduardo Nistal é CEO do Grupo Toccato. Conta com mais de 19 anos de experiência executiva na estruturação, liderança e inovação das áreas Comerciais, Marketing, Canais, Parcerias, Modelos de Negócio e Desenvolvimento de Produtos.