Projeção da associação das operadoras privadas e a inclusão do saneamento no debate eleitoral animam empresas da construção civil que atuam no setor
São Paulo, setembro de 2022 -- Uma estimativa da Abcon Sindcon indica que o saneamento precisa de investimentos de R$ 308 bilhões, nos próximos quatro anos, para manter a expectativa de cumprir a meta de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033. Somente para a expansão dos sistemas de esgoto, serão necessários R$ 175,4 bilhões.
Os dados animam empresas como a Telar, empreiteira com larga experiência em obras públicas, a projetar um crescimento no número de contratos e também da concorrência entre as empresas de construção que se dedicam ao saneamento.
“Existe uma mudança já sinalizada com o novo marco legal do setor para um ambiente de maior concorrência e melhor regulação. Esse cenário ajuda na contratação e melhoria dos processos. Estamos preparados para essa mudança. Sabemos que a dinâmica será um pouco distinta, já que os procedimentos serão criados do zero pela iniciativa privada”, aponta o CEO da Telar, Marco Botter.
“A pandemia mostrou a importância e a gravidade da ausência do saneamento básico para a população. O serviço se tornou prioridade e deve receber maior atenção no próximo governo”, completa o executivo.
No documento “O início da década de saneamento, a Abcon Sindcon (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto) revela que 27 milhões de brasileiros precisam ser incluídos no sistema de esgoto nos próximos quatro anos. As obras necessárias para a universalização devem gerar 14 milhões de empregos, segundo o documento.
Apesar de historicamente o tema não estar em evidência durante as campanhas eleitorais, tudo indica que este ano será diferente. Os principais colocados nas pesquisas têm falado sobre o tema. O candidato Lula, no item 74 de seu plano de governo, traz a seguinte informação: “garantir a atuação das entidades públicas e das empresas estatais na prestação dos serviços de saneamento básico”.
Para o candidato Bolsonaro, “o governo deverá aprofundar a concessão de serviços públicos, muito devido ao sucesso do novo marco legal do saneamento”.
Já o candidato Ciro Gomes defendeu a união entre poder público e empresas privadas: “é preciso que a responsabilidade por garantir a harmonia do sistema de saneamento e abastecimento de água seja do estado, mas a execução, o estado pode perfeitamente delegar se for possível, além de uma regulação forte.”
Diante desse cenário, Marco Botter, da Telar, acredita que a universalização do saneamento é uma meta promissora e desafiadora para se alcançar o verdadeiro desenvolvimento do país.