Paulo Victor Gama Pinto é Responsável Técnico da JH Pré-Moldados, empresa especializada na construção de galpões pré-moldados, metálicos e mistos.
A construção civil é um dos setores mais tradicionais da economia, mas nos últimos anos, tem passado por uma transformação significativa impulsionada pela necessidade de inovação, sustentabilidade e eficiência. Uma das tecnologias que têm desempenhado um papel fundamental nesse processo são os elementos pré-moldados, produzidos em um ambiente controlado, geralmente em fábricas especializadas, e transportados para o local de construção onde são montados. Esses elementos podem incluir vigas, pilares, painéis de parede, lajes, escadas, entre outros.
De acordo com um relatório da Research and Markets, o mercado global de pré-moldados em concreto tem crescido substancialmente e foi avaliado em cerca de USD 89,3 bilhões em 2020, com uma previsão de crescimento para cerca de USD 138,7 bilhões até 2027, a uma taxa composta de crescimento anual de aproximadamente 6,5% durante o período de previsão. No Brasil, o uso dos elementos também tem mostrado um crescimento significativo. Dados da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) indicam que o segmento de pré-moldados representa cerca de 6% do mercado de concreto no Brasil, com uma tendência de crescimento à medida que mais construtoras adotam essas tecnologias para aumentar a eficiência e a qualidade dos projetos.
A principal vantagem dos pré-moldados é a significativa redução do tempo de construção. Como os elementos são fabricados simultaneamente à preparação do terreno e outras atividades no canteiro de obras, a fase de montagem é rápida e eficiente. Isso permite a conclusão de projetos em prazos mais curtos, essencial para atender às demandas urbanas em constante crescimento. No Brasil, podemos ver como exemplo a construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, que necessitou de um uso extensivo de pré-moldados, o que possibilitou a entrega dentro de prazos mais apertados e com maior controle de qualidade.
Quando falamos em sustentabilidade na construção civil, esses elementos se destacam porque a produção permite um controle mais eficaz dos materiais, reduzindo desperdícios, e como a montagem é mais rápida e limpa, há menos impacto ambiental no canteiro de obras, incluindo a redução de resíduos e poluição sonora. Além disso, a adoção de pré-moldados tem se mostrado eficaz na criação de edifícios energeticamente eficientes. Um estudo da McGraw-Hill Construction descobriu que 70% dos projetos que utilizam pré-moldados atingem ou excedem suas metas de eficiência energética.
Se destacarmos a questão da modernização da infraestrutura urbana, não posso deixar de ressaltar o quanto permitem a construção rápida de galpões, pontes, viadutos, túneis e outras estruturas essenciais para a mobilidade. Isso é particularmente importante em áreas metropolitanas, onde as interrupções precisam ser minimizadas para evitar impactos negativos na vida diária da população. Já no setor habitacional, os pré-moldados permitem a construção em larga escala de moradias com qualidade controlada, atendendo à crescente demanda em cidades. Diante disto, possibilitam a adoção de modelos arquitetônicos inovadores, que combinam funcionalidade com estética moderna, contribuindo para a revitalização de áreas urbanas.
Com tantos benefícios, acredito que à medida que a tecnologia avança e as cidades continuam a crescer e a se modernizar, os pré-moldados se consolidam como uma solução indispensável para a construção civil. Eles não só aceleram e melhoram a qualidade dos projetos, mas também contribuem para a criação de cidades mais sustentáveis, seguras e eficientes.