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Armazenamento em baterias: a solução para evitar o colapso pelo excesso de energia solar injetada na rede elétrica

Foto: Gilberto Camargos, diretor-executivo da SolaX Power no Brasil

Os desdobramentos do alerta feito pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) em relação ao Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN, que é realizado anualmente e teve sua última edição publicada em dezembro de 2024, foi um assunto que dominou o noticiário há alguns dias. O relatório apontou que alguns estados correm risco de sobrecarga do sistema por conta do excedente de energia produzida pelos painéis solares.

Apesar de o ONS ter esclarecido que tal relatório não aponta risco iminente de apagão no Brasil, enfatizou que as subestações estão sendo mapeadas e que tem adotado medidas de prevenção para evitar fenômenos elétricos que possam comprometer a segurança do sistema. Essa notícia começou a provocar discussões e acendeu um alerta sobre a produção da energia fotovoltaica no Brasil.

Importante esclarecer que os painéis captam e produzem a energia solar fotovoltaica e, quando não é totalmente utilizada, o excedente é injetado na rede elétrica da concessionária. É esse fluxo reverso que o ONS alerta que pode sobrecarregar as subestações.

O uso de fontes de energia renováveis tem sido estimulado em todo mundo, tendo em vista a necessidade iminente de preservação ambiental e uma economia mais verde em todo o planeta. Ademais, no último ano houve uma redução de mais de 30% nos painéis solares. Ou seja, cenário perfeito que tem estimulado o uso dos painéis e a produção de energia solar no Brasil.

Também é importante pontuar que a energia solar representou mais da metade da expansão da matriz elétrica brasileira em 2024, segundo dados da Aneel. E a estimativa é de crescimento da energia solar em 2025: apenas da Geração Distribuída, a estimativa é de aumento entre 8GW e 10GW.

Ou seja, o Brasil encontra-se em um cenário promissor, em que há o interesse e o mercado propício para a concretização de soluções fotovoltaicas. Mas, por outro lado, também é crescente a energia excedente injetada na rede. Então, como equilibrar essa balança, mantendo o potencial promissor de instalações dessa fonte de energia limpa sem que isso comprometa a rede elétrica? A solução está no sistema de armazenamento de energia solar.

Por meio desse sistema, a energia excedente produzida pelos painéis fotovoltaicos não precisa ser injetada na rede – ela fica armazenada em baterias para ser utilizada em momentos de pouca produção dessa energia, como no período noturno ou chuvosos.

Além disso, o sistema de armazenamento proporciona muitos benefícios que vão além de equilibrar essa energia injetada na rede da concessionária, pois oferece a segurança energética e a independência da rede da concessionária.

Além da redução do valor da conta de energia, que ainda é um dos fatores preponderantes para a opção pelos sistemas fotovoltaicos, o sistema de armazenamento permite que esse imóvel, seja apartamento, casa, comércio, indústria ou propriedade rural, mantenha o funcionamento de seus equipamentos eletroeletrônicos mesmo diante de um apagão ou de instabilidades no fornecimento de energia pela concessionária, o que está cada vez mais recorrente em todo o Brasil. Em 2024, o Brasil enfrentou pelo menos 14 grandes apagões, que atingiram várias regiões e deixaram milhões de brasileiros em energia elétrica.

Os sistemas de armazenamento já estão consolidados em vários países, como na Alemanha, por exemplo, que aumentou a capacidade de armazenamento do país em 50% em 2024, segundo relatório da Associação Alemã da Indústria Solar (BSW Solar). No Brasil, esse sistema tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil motivado, dentre outros fatores, pelos recorrentes apagões mencionados acima. E a expectativa continua muito positiva - 2025 promete ser o marco do crescimento para este mercado: a perspectiva é de que o segmento de inversores híbridos cresça entre 30 a 40% este ano. Além disso, vale destacar que a redução dos preços das baterias também se tornou importante atrativo para cenário – dados da IEA (Agência Internacional de Energia) mostram que o preço das baterias no mercado internacional teve uma queda de 85% nos últimos anos e que a expectativa é de que as baterias de lítio no Brasil cresçam até 30% todos os anos até 2030.

Nesse sentido, a inovação tecnológica chega como aliada para solucionar questões como esse cenário de atenção pontuado pela Aneel. Não é preciso abrir mão desse importante avanço conquistado pelo país rumo à um estilo de vida mais verde e a preservação do nosso planeta, porque podemos usar a tecnologia a nosso favor: armazenar o que não usamos de imediato para utilizar posteriormente, de acordo com a necessidade.