Linha 4 do metrô do Rio vira desafio olímpico
O trecho de 16 quilômetros entre Leblon e Barra da Tijuca é a futura Linha 4 do metrô da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se da maior obra de mobilidade urbana para as Olimpíadas, e também do país. A previsão é de que entre em funcionamento no 1º de julho. Mas o cronograma se transformou em impasse. O governo federal, que financia o empreendimento, passou a fazer contingenciamento dos R$ 500 milhões necessários para finalizar as escavações e a instalação das estações. Até o começo de 2016 restavam 650 metros para que todo o trecho fosse escavado. Enfim, falta de recursos e cronograma cada vez mais apertado transformaram-se em desafio olímpico para a megaobra.
A ponto de a prefeitura do Rio, como forma de pressionar o desembolso do dinheiro que falta, chegar a anunciar em fevereiro de 2016 que já trabalhava um plano B para o caso de a Linha 4 não ficar pronta até os jogos olímpicos. A saída seria criar novos trajetos de BRT (Bus Rapid Transit) para atender o público que irá se deslocar entre o parque olímpico de Jacarepaguá e os cartões postais do Rio. No entanto, os dois consórcios de construtoras responsáveis pela obra garantem que a cidade não precisará de plano B. Segundo o mais recente relatório, divulgado dia 17 de março, 90% de toda a infraestrutura está construída. O trecho mais crítico das escavações se resume a 113 metros – ainda não concluídos.
Para Marcos Vidigal, diretor de contrato das obras de implementação da Linha 4 do Metrô do Rio, a complexidade da construção exige revisões diárias do projeto, para que o cronograma seja cumprido. “Trabalhamos com engenharia civil avançada, em um empreendimento de grande porte e alta complexidade, dentro de um centro urbano densamente povoado. A Linha 4 do Metrô é a maior obra de infraestrutura urbana em execução atualmente no Brasil. Por isso, nunca deixamos de buscar a excelência em nosso trabalho. Além disso, temos que sincronizar as diferentes frentes para que elas executem suas tarefas a contento. Estamos falando de 9.200 colaboradores atuando simultaneamente na obra”, resume.
Sob medida
Além de homens, há tecnologia de ponta envolvida no empreendimento. A máquina que cuida das escavações da obra foi importada da Alemanha e fabricada especificamente para as dimensões da Linha 4. O Tunnel Boring Machine (TBM) – apelidado de Tatuzão – tem 11,5 metros de diâmetro, o equivalente a um prédio de quatro andares, e 120 metros de comprimento. O equipamento pesa 27 mil toneladas. Conforme vai avançando, o TBM lança jatos de grout (argamassa de cimento) contra as paredes escavadas e assenta as aduelas de concreto, que formam a estrutura do túnel. São 22 mil peças pré-fabricadas para compor os 2,7 mil anéis que revestirão o trecho.
Quando pronta, estima-se que a Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro vá transportar, a partir de julho de 2016, mais de 300 mil pessoas por dia e retirar das ruas cerca de 2 mil veículos por hora. Com a nova linha, o passageiro poderá utilizar todo o sistema metroviário da cidade com uma única tarifa. Serão seis estações (Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz) ao longo dos 16 quilômetros de extensão. O empreendimento está a cargo do Consórcio Construtor Rio Barra (Queiroz Galvão, Odebrecht Infraestrutura, Carioca Engenharia, Cowan e Servix) e do Consórcio Linha 4 Sul (Odebrecht Infraestrutura, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia).
Entrevistado
Engenheiro civil Marcos Vidigal, diretor de contrato das obras de implementação da Linha 4 do Metrô do Rio
Contato: atendimento.ccrb@ccrblinha4.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Metrô Linha 4
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330