Transnordestina R$ 2,1 bilhões mais cara
A empresa
responsável pela ferrovia já pressionava o governo por um novo aditivo ao
orçamento, na época em R$ 5,4 bilhões. Com a divulgação de um novo balanço do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), o relatório mostrou quem venceu
a parada: a obra apareceu pela primeira vez nas planilhas oficiais com um valor
de R$ 7,5 bilhões. Extraoficialmente, também já se fala em um novo atraso da
obra, que teria conclusão jogada para 2016.
A Transnordestina é uma
ferrovia de 1.728 quilômetros de trilhos em um traçado que unirá três destinos
diferentes. De Eliseu Martins, no Piauí, a linha férrea vai para Salgueiro, em
Pernambuco, de onde saem dois ramais. Um para o Porto de Pecém, no Ceará e o
outro para Suape.
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As obras começaram em 5 de
julho de 2006, com cerimônia que contou com a participação então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em um grande evento em Missão Velha, no Ceará.
Apesar da presença de operários e da movimentação de máquinas no canteiro de obras,
num cenário montado para criar um noticiário positivo, no dia seguinte tudo
estava parado. O primeiro de uma sucessão de problemas que marcariam o projeto.
Naquele início das obras, a
promessa de Lula era ter a ferrovia funcionando em 2010. Ao final do governo
passado, o prazo já tinha sido adiado para 2012. Ano passado, o cronograma
mudou: o ramal de Suape sairia em 2013 e o de Pecém, em 2014. Ontem, durante a
apresentação do balanço do PAC 2, o ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra Coelho, disse que a obra será “100% concluída até o final de 2015”.
Extraoficialmente, já se fala que a ferrovia sairá apenas em 2016.
O orçamento era mantido em R$
5,4 bilhões desde o governo Lula. As obras são tocadas pela Odebrecht. “Posso
assegurar que o governo já fez várias avaliações econômico-financeiras sobre a
ferrovia e não pretende ficar elevando indefinidamente o orçamento. Sabemos que
numa obra desse tamanho há sempre gastos não planejados, mas temos certeza de
que nosso orçamento está bem próximo da realidade”, afirmava Dilma em
Salgueiro, no dia 9 de fevereiro do ano passado.
A TLSA pertence à Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch. O financiamento
é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do
Nordeste (BNB), Sudene e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (Finor).