Engenheiros da Unesp discutem planejamento energético de cidades
A urbanização de cidades tem imposto aos
planejadores e tomadores de decisão a necessidade de maior atenção a fatos
antes não considerados. Diversos aspectos, como a disponibilidade de energia e
os efeitos deletérios da poluição sobre a população, devem ser considerados nas
políticas públicas da urbanização de cidades.
O
paradigma atual apresenta grandes unidades de geração elétrica centralizadas
para todo o sistema como o meio utilizado para o suprimento das cidades, e uma
combinação de tecnologias pode compor a matriz energética de um país, com as
centrais termelétricas, hidrelétricas, sistemas eólicos e fotovoltaicos, com
seus correspondentes padrões de emissão atmosférica.
Nesse
contexto, José Antônio Perrella Balestier e Rubens Alves Dias, professores da
Unesp de Guaratinguetá, e Henrique César Sampaio, da a UNISAL, Centro
Universitário Salesiano de São Paulo, publicaram, em dezembro, artigo na Applied
Energy, editada pela Elsevier.
O
texto, intitulado ‘Sustainable urban energy planning: The case study of a
tropical city’, apresenta um modelo de otimização multiobjetivo baseado em
programação por metas (goal programming) para a análise de expansão do
suprimento elétrico de uma cidade tropical. Trata-se de um estudo de caso para
a cidade de Guaratinguetá, SP, considerando os padrões locais de insolação e
ventos de acordo com informações reais modeladas por modelo estatístico de
séries temporais.
Alguns
cenários são propostos, e os resultados de uma análise que considera o problema
apenas com objetivo ambiental, depois apenas com objetivo econômico e
finalmente levando em conta os dois objetivos simultaneamente são apresentados
e discutidos.
As
consequências de cada decisão de despacho das diferentes tecnologias de geração
elétrica consideradas, que resultam em exportação de poluição para as
localidades vizinhas, ou a necessidade de suplementar o fornecimento de
eletricidade pela compra de frações da rede da concessionária (que é energia
elétrica de origem centralizada), são discutidas.
“Os
resultados revelaram o despacho energético para as alternativas estudadas (que
incluem pequenas centrais hidrelétricas, turbinas a gás queimando gás natural,
motores de combustão queimando gás de aterro sanitário, aerogeradores eólicos e
painéis fotovoltaicos) em previsão de 14 anos com base em critério ótimo
do ponto de vista ambiental e econômico”, informa Balestieri, coordenador do
Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Unesp de Guaratinguetá.