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Tecnologia e revitalização são principais destaques do Prêmio Master Imobiliário 2017

O Estado de S. Paulo, Especial Prêmio Master Imobiliário - 05 de setembro de 2017 1741 Visualizações
Tecnologia e revitalização são principais destaques do Prêmio Master Imobiliário 2017
O Master Imobiliário chega à 23ª edição e premia empreendimentos que renovam regiões meio esquecidas pelo setor, revitalizam bairro da periferia e qualificam área nobre com seu projeto de arquitetura. Avanços tecnológicos e inovação, modelo construtivo, estratégia de marketing e o sucesso comercial também são pilares do evento, promovido pelo Sindicato da Habitação (Secovi) e Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil).
Neste ano, foram consagrados 21 casos com a marca da primazia e o foco na excelência, de acordo com a avaliação da comissão julgadora. A Cyrela ganhou dois prêmios. Um por Soluções Arquitetônicas no Cyrela by Pininfarina, concepção e design do estúdio italiano famoso pelo desenho dos carros Ferrari. Outro com o Thera Faria Lima por seu gigantismo e arquitetura diferenciada - são quase mil apartamentos e conjuntos corporativos atrás do Largo da Batata, na zona oeste da capital.
A festa do Master é o momento de celebrar, diz o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, comentando que o setor superou adversidades e está ativo. São Paulo registrou crescimento de 10% no volume de vendas e em lançamentos no primeiro semestre. Sua expectativa é de que feche 2017 com esse índice de crescimento em relação a 2016.
A Toledo Ferrari também recebeu dois troféus. Em parceria com a View Construtora, a construção do Icon Jardins, edifício comercial na Avenida 9 de Julho, foi laureado por sua contribuição arquitetônica na qualificação urbana, com projeto do escritório Aflalo e Gasperini. Já o trabalho com fotos dos operários acompanhando o dia a dia nos canteiros de obra levou o prêmio de responsabilidade social, em conjunto com a Helbor.
É preciso valorizar nossa mão de obra, defende o presidente da Fiabci-Brasil, Rodrigo Luna. Para ele, tanto em termos de oferta como de qualidade, o setor conta com vasta oferta apta a trabalhar em todas as etapas da construção até a sua venda.
Luna elogia os projetos vencedores. São de altíssima qualidade, com arquitetura de Primeiro Mundo, bem construídos e bem desenvolvidos, diz. A festa do Master, mais uma vez, mostra que é o maior prêmio do Brasil, o Oscar do mercado imobiliário.
A premiação consagrou dois empreendimentos por obras de retrofit. Construído na década de 1940, o residencial Gloria 122, ícone art déco no centro do Rio de Janeiro, foi convertido para uso corporativo pela RFM Construtora. Em Osasco, um galpão desocupado, totalmente repaginado com adoção de alta tecnologia, transformou-se em megaescritório da Mercado Livre com o trabalho desenvolvido pela Athié Wohnrath.
São dois casos icônicos com o foco de trazer o prédio para necessidades atuais, afirma o presidente da comissão julgadora do Master, Sergio Mauad. O retrofit do Rio revigora o entorno. Faz do prédio um marco atual e dá motivação para que outros sigam na mesma linha, explica. O projeto de Osasco é avançadíssimo e utilizou o máximo de tecnologia dentro de um antigo galpão industrial.
O troféu de Habitação Econômica - o segmento mais aquecido do mercado imobiliário - ficou para a Cury Construtora com um condomínio clube de 64 torres e 1.280 apartamentos.
Gigantes multiúso revitalizam regiões
As regiões conhecidas como baixo Augusta e baixo Pinheiros receberam dois complexos  multiúso que ganharam prêmios de Residencial e Comercial, na categoria Empreendimento, nesta edição do Master Imobiliário. O resgate da grife Ca'd'Oro - referência da alta gastronomia e hotel de luxo nas décadas de 1960 e 70 -, agora, em novo estilo de projeto, no centro de São Paulo, consagrou a Tegra Incorporação. O Thera Faria Lima com sua torre de quase mil apartamentos e conjuntos comerciais, justapostos, atrás do Largo da Batata, na zona oeste, deu o troféu à Cyrela.
Tegra é o novo nome da Brookfield Incorporações. A mudança faz parte do processo de reformulação da cultura da empresa, que, em outubro de 2016, inaugurou as duas torres do Ca'd'Oro São Paulo. O empreendimento tem quatro tipos de uso, distribuídos por 908 unidades: residências e salas comerciais, além do hotel e um restaurante. 
Na torre residencial, de 31 andares, são 374 apartamentos de um, dois e três quartos, com área para esportes e piscina. O edifício comercial, de 27 andares, dividiu espaço entre os 387 escritórios e o hotel. No térreo, estão recepção, bar e restaurante, do 19º ao 26º, os 147 quartos do Ca'd'Oro, de 26 a 56 m². Na cobertura, com vista panorâmica, piscina, sauna e fitness. 
Além de resgatar ícones da cidade, colaborou na requalificação da região, diz o júri do Master em seu voto, premiando o mixed-use implantado no terreno onde funcionou o Grand Hotel Ca'd'Oro. A Tegra investiu na revitalização do centro da cidade e acreditou na renovação do público, identificando potencial para construir um multiúso na esquina das ruas Augusta e Caio Prado. Assim, contribuiu para o processo de revalorização do baixo Augusta - trecho que vai da Paulista até a Praça Roosevelt, reduto de artistas e atividades alternativas. 
Transformação. Desde o lançamento do Ca'd'Oro São Paulo, em 2011, até hoje é visível a revitalização do centro, declara o diretor da Tegra Incorporadora São Paulo, João Mendes, destacando toda a transformação que ocorreu na região. A Tegra tem um lançamento, previsto para setembro, no terreno em frente ao Ca'd'Oro, também na esquina da Rua Augusta. 
É o residencial Olhar Augusta, diz, apontando o ciclo virtuoso de novas habitações, que atraem mais comércio e traz mais gente transitando na rua, aumentando a sensação de segurança. É o melhor exemplo de um ciclo virtuoso, de transformação urbana. Zona oeste. Outro premiado é o multiúso Thera Faria Lima, no baixo Pinheiros, uma região em renovação. Polo de entretenimento, com ampla gama de restaurantes, bares e cafés, tem duas estações de metrô, comércio bem estruturado, além do Sesc Pinheiros, Casa Natura Musical e o Largo da Batata, palco de atrações culturais, afirma o diretor de Incorporação da Cyrela SP, Eduardo Leite. 
Segundo ele, o Thera Faria Lima se tornou um marco, por seu gigantismo e pela arquitetura, e contribuiu para que o entorno fosse valorizado. Seu conceito de uso misto, com unidades de escritório e residenciais, atraiu clientes e impulsionou novos comércios na região para atender à demanda, avalia. O baixo Pinheiros passou décadas alijado do mercado, segundo análise da comissão julgadora do Master, que apontou a ampliação da Avenida Faria Lima, a requalificação do Largo da Batata e, principalmente, as novas estações do Metrô como base do processo de revitalização. 
Nesse cenário, o Thera se destaca na paisagem e utiliza os espaços internos com maestria para o usuário habitar neste conceito integrado, que ganha adeptos nas metrópoles. O Thera FL, lançado em dezembro de 2011, foi entregue em 2016. Tem dois condomínios independentes. Em torre única, é o maior empreendimento da Cyrela, diz Eduardo Leite sobre o empreendimento que teve valor global de vendas (VGV) de R$ 550 milhões.
No Thera Residence, os 36 pavimentos oferecem 397 apartamentos de 65 a 170 m² e unidades duplex de 138 a 197 m². O sky lounge tem pé direito duplo em uma parte e triplo em outra. O Thera Office, com 30 pavimentos, tem 575 unidades. Os escritórios oferecem 11 opções com plantas de 37 até 930 m². Para o diretor da Cyrela, o Thera FL descreve importante tendência para empreendimentos multiúso, além de valorizar a região.
Uso de tecnologia BIM garante troféu à Sinco
Se o mercado imobiliário ainda se encontra em compasso de espera, o mesmo não se pode dizer das empresas do setor. Inovação e tecnologia são duas vertentes cada vez mais utilizadas pelas companhias na busca por soluções que tragam ganho de produtividade, mais qualidade para os empreendimentos, melhora do faturamento e, claro, sem perder de vista o cliente. É o caso da Sinco Engenharia.
Receber o prêmio é a comprovação de que apostar na tecnologia digital para construir empreendimentos reais é uma estratégia que não tem volta, afirma o diretor de engenharia da Sinco Engenharia, Paulo Sanchez. 
O Master Imobiliário é a consagração de todo um trabalho que nós acreditamos. É o reconhecimento de que investir em tecnologia traz rentabilidade, acrescenta. A empresa conquistou o prêmio Boas Práticas na Aplicação de Recursos Tecnológicos com o case BIM - Antevendo problemas e suas interferências nas construções. 
BIM é a sigla para a tecnologia Building Information Modeling, que, além de utilizar a tecnologia 3D, permite que as equipes de projeto criem coordenadas, prevejam o desempenho do projeto, sua aparência e custos, explica Sanchez. Utilizar o BIM é você elevar ao melhor padrão o nível do projeto, para não haver conflitos durante a execução. Uma tubulação de água, por exemplo, não vai conflitar com uma coluna lá na frente. É possível enxergar isso antes, diz o presidente da comissão julgadora do Master, Sergio Mauad. 
Dessa forma, é possível entregar a obra sem desperdício de materiais, sem custo adicional e o mais importante, dentro do prazo, afirma Sanchez.
A Sinco aplicou essa tecnologia na construção do Cantareira Norte Shopping, um empreendimento de 27 mil m² de área bruta locável (ABL) e 52,5 mil m² de área construída, localizado na capital paulista e inaugurado em abril de 2016. O engenheiro diz que a companhia é pioneira na adoção da tecnologia BIM, utilizada em todos os seus projetos desde 2011. 
O principal desafio de ser pioneiro em qualquer área é encontrar profissionais capacitados, afirma. Conosco não foi diferente, acrescenta. Era difícil encontrar bons projetistas que utilizassem a tecnologia. Por isso, segundo Sanchez, a opção foi criar um departamento dentro da construtora. Isso se tornou nosso diferencial. 
Hoje, a empresa já contabiliza 38 empreendimentos utilizando a tecnologia BIM, o que corresponde a 850 mil m² de área construída. No caso específico do Cantareira Norte Shopping, foram investidos dois anos em estudos de todos os detalhes referentes à obra. Com isso, pudemos elaborar e seguir o cronograma rigorosamente e, assim, manter todas as etapas de construção em dia, diz Sanchez. 
Além disso, não ocorreram aditivos por custo de projeto, e a empresa alcançou uma redução de 6% no custo da obra. Os ganhos ambientais também são enormes, enfatiza ele, citando a eliminação de desperdício de material que gera entulhos. Em relação ao mercado, o diretor da Sinco espera melhoria para o próximo ano. O mercado vinha ascendente até 15 de maio, quando ocorreu a delação dos executivos da JBS. Desde então está tudo em compasso de espera, diz. 
Afinal, o mercado imobiliário vive de confiança e esse problema desestabilizou o que já era frágil. Sanchez, no entanto, confia na equipe econômica atual, que considera muito comprometida e respeitada. O que me deixa otimista para 2018. A queda na taxa de juros e da inflação sinalizam para um ano de confiança ascendente, a despeito de ser um ano eleitoral.
Localização estratégica destaca comerciais
As restrições urbanísticas para verticalização foram também uma oportunidade para que os empreendimentos Ez Mark, em São Paulo, e ION Escritórios Inteligentes, em Brasília, se destacassem entre os novos edifícios comerciais de alto padrão do País. Eles foram os vencedores da categoria Empreendimento Comercial do prêmio Master Imobiliário 2017, apostando não apenas nas suas localizações estratégicas, mas também em projetos de arquitetura que dão prioridade à boa experiência dos usuários.
Desenvolvido pela incorporadora Eztec, o Ez Mark foi entregue em fevereiro de 2016. Ocupa um terreno de 7 mil m² na Rua Domingos de Morais, a cerca de 350 m da estação Santa Cruz do metrô, no bairro da Vila Mariana. A região sedia um grande complexo hospitalar e muitos edifícios de salas comerciais destinados, em boa parte, para profissionais da saúde. Segundo o diretor de Operações da Eztec, Silvio Iamarura, a Domingos de Morais é uma extensão natural da Avenida Paulista, o mais tradicional polo corporativo da cidade, por isso é uma alternativa para locatários que precisam de lajes modernas. A Avenida Paulista ainda tem ocupantes de primeira linha, mas muitos edifícios lá são mais antigos, diz ele.
Cerca de 60% dos espaços disponíveis no Ez Mark hoje estão sob domínio de investidores e usuários finais, de acordo com a incorporadora, e outros 40% seguem em comercialização, com preços de locação variando entre R$ 80 e R$ 120 por metro quadrado. Três das suas lajes estão ocupadas pelo Banco Itaú. O projeto de arquitetura, assinado pelo uruguaio Carlos Ott, e o paisagismo idealizado por Benedito Abbud trazem um novo parâmetro estético para a região e, por isso, fazem com que empreendimento valorize o entorno, na avaliação do diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eztec, Emilio Fugazza. 
O complexo Ez Mark tem dois blocos de sete andares e fachadas geométricas de vidro que se estendem pela Rua Doutor Tirso Martins, perpendicular à Domingos de Morais. Os prédios são separados simetricamente por um obelisco e se apresentam de forma imponente. 
Internamente, o Ez Mark tem um lobby com pé-direito duplo, lounges com espelhos d'água e um café. Seus dois blocos principais são ocupados por escritórios com metragens partindo de 48 m² e podendo chegar a 1.565 m². O empreendimento ainda possui um terceiro bloco na lateral do terreno destinado a 17 escritórios duplex do tipo vila, com varanda privativa e jardim.
O complexo possui um sistema de luminotécnica voltado à economia de energia, além de 12 elevadores inteligentes e geradores que garantem fornecimento de energia para 100% das áreas comuns. Há ainda mais de 600 vagas de garagem, box de lavagem e bicicletário à disposição dos usuários. Também se destacam no complexo a infraestrutura para sistemas de controle de acesso e circuito fechado de TV, áreas técnicas independentes dos andares, espaços para alocação de sistemas de ar-condicionado no terraço e preparação para colocação de piso elevado e teto rebaixado nas unidades. Mesmo em crise, esse projeto permite mantermos o preço, diz Fugazza. 
O movimento flight to quality (voo para a qualidade) caracterizou o mercado corporativo em São Paulo nos últimos anos, segundo estudos da consultoria imobiliária Colliers International, embora ela tenha verificado um arrefecimento dessa tendência desde o ano passado. O flight of quality ocorre quando o mercado imobiliário, em razão de uma crise, quando pessoas físicas ou jurídicas substituem seus imóveis, próprios ou alugados, por novos, melhores e mais modernos. Isso se dá em razão de a uma oportunidade de melhoria nos ativos utilizados por eles dadas quedas nos preços dos imóveis e de locação.