A indústria 4.0 e as engenharias
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06 de abril de 2018
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Das pranchetas devem sair cinco transformações essenciais para o futuro
AÉCIO FREITAS LIRA •
O economista norte-americano Jeffrey Sachs, da Columbia University, declarou recentemente que “o futuro do mundo depende dos engenheiros” e que “das suas pranchetas” devem sair cinco transformações: das fontes de energia; do uso da terra e produção de alimentos; da urbanização das cidades; dos serviços públicos, educação e saúde; e profunda inovação tecnológica.
Neste cenário desafiador, aqui, no Brasil, tais transformações já começam a se desenhar em dois movimentos estratégicos: um na indústria e outro na educação.
Do lado da produção, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou propostas de medidas para apoiar a adaptação de empresas ao modelo que vem sendo chamado de Indústria 4.0.
A Indústria 4.0 vem integrando diversos tipos de tecnologias de ponta no processo produtivo, entre elas a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês de Internet of Things), Big Data, impressão 3D, robótica, inteligência artificial e realidade aumentada.
Também já estão em curso no mundo inteiro e também aqui investimentos em algumas unidades do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para a construção de Centros de Treinamentos para a Indústria 4.0.
Esses centros de formação do SENAI são focados na educação de jovens estudantes e executivos de empresas do setor industrial.
Na área educacional, a movimentação é mais intensa. Por isso, podemos citar quatro iniciativas estruturantes que apontam para um novo caminho na formação de engenheiros no Brasil.
A primeira iniciativa vem da Abenge (Associação Brasileira de Educação em Engenharia), que está liderando a aprovação de novas diretrizes curriculares nacionais, que virão modernas, inovadoras e transformadoras.
A segunda iniciativa é uma tomada de consciência por parte das instituições de ensino, entidades e associações profissionais de que o atual quadro de má qualidade das escolas de engenharias precisa ser “atacado de frente”, com a adoção de novos sistemas de avaliação seriada e planos de ação de melhoria progressiva, para acabar com as notas 1 e 2 no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
A terceira iniciativa educacional, nesse cenário de futuro, é a criação pela Poli-USP da Rede de Escolas de Engenharia Empreendedora, uma ação transformadora e sistêmica que passa pelo treinamento i-Corps, cuja metodologia oferece formação para empreendedores, com o objetivo de incentivar a criação de startups a partir de pesquisas desenvolvidas em universidades, tendo como base o desenvolvimento das cidades.
A quarta iniciativa a ser destacada, dentro do contexto de se garantir escalabilidade e replicabilidade nacional, é o engajamento e a participação desta Rede de Escolas de Engenharia Empreendedoras em projetos inovadores das instituições de ensino superior dos cursos de Engenharia, fazendo uso dos avanços da tecnologia educacional, como aconteceu recentemente na Unicesumar.
Importante destacar que a viabilização desses quatro marcos referenciais foi o resultado de um intenso trabalho conjunto da ABENGE, CNI e Ministério da Educação ao longo de 2017 e, talvez pela primeira vez no Brasil, uma “fusão do trabalho integrado, na busca de qualidade do sistema nacional de educação em engenharia”. Um grande avanço!
Aécio Freitas Lira é professor na Unicesumar EAD Engenharias