Atuando no desenvolvimento do setor de pré-moldados de concreto desde 2001, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) apontou as principais tendências deste mercado para 2018. Segundo a presidente executiva da entidade, Íria Doniak, duas iniciativas têm avançado e merecem atenção. “Uma delas, que temos verificado e que acompanha um movimento iniciado na Europa, é a de maior uso de estruturas pré-fabricadas de concreto em edifícios de múltiplos pavimentos, acima de 40 andares”, conta.

No Brasil, por exemplo, já existem cases de aplicação em edifícios de 20 andares e a expectativa é de crescimento na verticalização. “Do ponto de vista técnico e de capacitação das empresas brasileiras, não resta dúvidas que temos condições de fornecer elementos para construção de edifícios altos”, salienta Íria. As recentes atualizações nas normas técnicas relativas ao setor, como a de Painéis de Concreto Pré-Moldado (NBR 16475), tem contribuído ainda mais para a solidificação desta tendência. 

Outra novidade apontada pela Abcic, que vem se consolidando mundialmente, é a adoção de soluções híbridas, que combinam pré-fabricados de concreto com elementos moldados in loco ou de aço, permitindo extrair o que há de melhor de cada um dos sistemas. “Em edifícios de escritórios, por exemplo, em que se exige flexibilidade de layout, uma combinação recorrente é o uso de lajes protendidas alveolares pré-fabricadas, capazes de vencer grandes vãos, e fechamento com fachadas leves em pele de vidro ou fachadas pré-fabricadas”, diz Íria.

De acordo com a entidade, o sistema híbrido também vem sendo bastante aproveitado quando há necessidade de combinação no peso dos elementos, visando a otimização no uso de equipamentos disponíveis.

Mesmo com alguns avanços importantes na economia brasileira durante os últimos meses, a Abcic defende que o setor produtivo não pode esperar pela melhora da conjuntura política e econômica para crescer. “O caminho é investir em desenvolvimento tecnológico. Isso contribui para uma maior produtividade, qualidade e sustentabilidade, além de deixar a indústria preparada para uma retomada que cremos que virá”, declara a presidente da associação.

Íria lembra que o Índice de Confiança da Construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV) vem avançando, assim como a capacidade ociosa da indústria diminuindo, o que significa que a capacidade instalada vem crescendo nos últimos meses. “No entanto, ainda é muito difícil fazer qualquer previsão. Sabendo disso, temos realizado um trabalho hercúleo para manter as empresas ativas e para sempre nos reinventar”, finaliza.