Brasil precisa ampliar o controle de qualidade das obras, defende Abratec
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Construção Civil (Abratec), os gastos com controle tecnológico variam de 0,5% a 1,5% do valor total de uma construção, nunca ultrapassando os 2% em casos de obras mais complexas. Em contrapartida, os gastos com manutenção corretiva de projetos e obras mal planejadas, podem chegar a 12% do valor total da construção nos primeiros cinco anos de vida útil. Por esse motivo, a engenheira Paula Baillot, que acaba de assumir a presidência da entidade, tem defendido fortemente o investimento no controle de qualidade e tecnológico do setor.
Paula avalia que todo o processo envolvido em uma obra, desde as características do solo, projetos de arquitetura e engenharia à qualidade dos materiais e de que maneira são empregados, deve ser realizado por empresas independentes e especializadas, com competência comprovada. “No entanto, boa parte das companhias do setor não levam esses requisitos em alta consideração, o que pode comprometer a qualidade final dos empreendimentos”, explica.
Para mudar esse cenário, a Abratec está implementando uma agenda de trabalho em âmbito nacional com a finalidade de aumentar a conscientização das empresas do setor sobre a importância e necessidade de se atuar com rígidos controles da qualidade. “Vamos atuar em várias frentes, desenvolvendo guias, manuais, cartilhas e seminários, que podem ser realizados também em conjunto com outras associações e universidades, a fim de difundir as normas que regem essa área”, ressalta Paula.
Além disso, a nova diretoria da entidade terá como missão aproximar o Brasil no campo do controle tecnológico das obras aos padrões que vigoram em países europeus e nos Estados Unidos. “Os países onde as regras de qualidade são seguidas à risca nem precisam de uma associação como a nossa. Se a Abratec existe, é porque há muito a ser feito no Brasil”, afirma a engenheira, que também é diretora do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia da Alphageos – Tecnologia Aplicada.
Formada pela Escola de Engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado, Paula Baillot é pós-graduada em Gestão Ambiental pela Escola Trevisan, tem MBA em Marketing pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e formação em Gestão Empresarial pela Universite Paris 1 Parthenon Sorbonne.
Redação: Há Propósito Comunicação