Empresa canadense desenvolve solução para produzir concreto sem usar cimento
Você já parou para pensar que o concreto é uma das substâncias mais abundantes do planeta? Ele está presente em toda a parte, sendo o grande responsável pela construção das nossas cidades. Mas, apesar de todos os ganhos trazidos pelo uso deste composto, o concreto representa um problema ambiental: ele é feito com cimento, cuja produção é responsável por 5% das emissões de CO2 do mundo.
Indo na contramão do problema, uma empresa canadense tem recebido grande atenção internacional por viabilizar e defender a produção do concreto sem o uso do cimento. Localizada na cidade de Montréal, a Carbicrete é a grande responsável por um sistema que se baseia em misturar a escória de aço com dióxido de carbono para, na sequência, colocá-la sob pressão para ocasionar a reação química. O resultado deste procedimento é o carbonato de cálcio, molécula encontrada naturalmente no calcário utilizado para produzir o cimento.
A tecnologia foi desenvolvida na McGill University, em Montréal, por uma equipe de pesquisadores de engenharia. Entre as cabeças pensantes por traz da inovação estão os empresários Mehrdad Mahoutian e Chris Stern, fundadores da Carbicrete. Segundo eles, o cimento necessário para produzir um bloco de concreto de tamanho padrão, muitas vezes chamado de “bloco de concreto”, resulta em 2 kg de emissões de CO2. O processo desenvolvido pela empresa canadense evitaria isso, além de captar cerca de 1 kg de CO2 em cada bloco durante o processo de cura.
A Carbicrete ainda promete um produto que atenda a todos os padrões da indústria de construção, sendo mais durável do que sua contraparte baseada em cimento, com melhor resistência aos ciclos de congelamento e descongelamento.
De olho no futuro
Apesar de não ter uma operação comercial escalável e despertar certa desconfiança do mercado, a Carbicrete tem um ponto forte a seu favor: a empresa é uma das finalistas do principal concurso mundial de soluções para emissões de carbono, o Carbon XPRIZE. Os vencedores serão anunciados somente em 2020, mas, até lá, eles terão que provar que podem transformar cerca de 2 mil kg provenientes de uma termoelétrica a gás natural em produtos utilizáveis, por 150 dias ininterruptos.