Tecnologia, mobilidade, tempo, compactação de espaços e compartilhamento são as cinco tendências da construção eficiente
Entre os dias 16, 17 e 18 de maio, Florianópolis (SC) foi palco do 90° ENIC – Encontro Nacional da Indústria da Construção. Um dos objetivos da edição deste ano foi mostrar as novas tendências para o mercado habitacional e a importância de o empresário deste setor pensar diferente para encontrar soluções que tornem o dia a dia das pessoas mais eficiente. Este, inclusive, foi um dos pontos defendidos pelo CEO da Construtora Vitacon, Alexandre Lafer Frankel, um dos palestrantes convidados para a plenária “Inovar, crescer, construindo um país melhor”.
Para realizar o sonho de repensar as cidades, Frankel iniciou sua apresentação destacando cinco tendências que apontam para o futuro, que já são adotadas pela Construtora Vitacon – empresa especializada em apartamentos compactos. São elas: mobilidade (fazer tudo no mesmo lugar); tempo (aplicativos e serviços que ajudam a ganhar tempo); compactação de espaços (reduzir espaços habitáveis, onde o ideal são 10 m2); compartilhamento (adesão ao coworking, aonde a pessoa não precisa mais sair do prédio para trabalhar) e tecnologia.
Segundo o jovem empresário, o propósito dessas tendências é revolucionar a visão do “metro quadrado” para uma visão do “tempo quadrado”, para que as pessoas tenham mais tempo para as coisas que realmente importam. Por isso, buscar soluções de habitação leves e humanas, para que os seus usuários possam conciliar residência, deslocamento para trabalho e lazer é um dos princípios da Vitacon.
Logo, a tendência do compartilhamento entra como um elemento importante deste processo. De acordo com Frankel, ao mesmo tempo em que o usuário pode ter um espaço privativo menor, ele também pode utilizar de todo o espaço das áreas comuns do edifício em que mora, como complementação e extensão da sua própria residência, incluindo lavanderia, cozinha, hortas, entre outras áreas. “A economia compartilhada é um elemento que nos ajuda a fazer a reinvenção da forma como as pessoas vivem”, aponta.
Para o CEO da Vitacon, entender essas cinco tendências é muito importante para traçar os nossos passos do setor. “A tecnologia aliada à compactação e a um desejo de uma nova forma de viver nas cidades nos levam a crer que as pessoas vão ter algo muito mais ligado ao uso e aos serviços do que à aquisição do imóvel. E isso causa uma grande transformação não só social e econômica, mas também aos agentes financeiros e aos prestadores de serviços. Toda a cadeia do mercado imobiliário precisa, de alguma forma, se reinventar e começar a entender como vai se dar essa grande transformação”, concluiu.
Investindo em inovação
Quem também integrou o painel “Inovar, crescer, construindo um país melhor” foi o executivo da McKinsey & Company, Kevin Nobels, que destacou que o Brasil está predestinado a investir em inovação na indústria da construção. O motivo? O setor representa, atualmente, cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, movimentando cerca de R$ 1,6 trilhão anuais.
“Nas últimas décadas, o país perdeu produtividade em construção e ficou mais distante dos líderes, mas é possível recuperar um bom posicionamento com a adoção de tecnologias”, detalhou. Para isso, Nobels citou algumas tendências em inovação, que devem influenciar os projetos de construção nos próximos cinco anos: pesquisa e localização geográfica, mobilidade e colaboração digital, Internet das Coisas (IoT) e design da construção. “A inovações trazem o futuro ao presente, tanto no campo, quanto no escritório, e para a equipe de obra. As mudanças nos projetos de construção civil trarão vários benefícios à sociedade”, finalizou.