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EUA: curso de engenharia com aula prática nos primeiros anos

Texto de Alexandre Saconi - 06 de agosto de 2013 1780 Visualizações
EUA: curso de engenharia com aula prática nos primeiros anos
 
Um dos principais problemas encontrados pelas faculdades de engenharia nos EUA é a evasão de alunos e a desmotivação pela permanência. Esta é visão de Richard K. Miller, presidente Franklin W. Olin College, uma faculdade norte-americana que tem uma proposta além da convencional na formação de seus alunos. A instituição quer dar aos estudantes a possibilidade de experimentar a prática da profissão já nos primeiros anos de estudo.
Assim como no Brasil, o curso dura cinco anos, e o aluno dá entrada na faculdade logo após sair do colégio. Porém, para o presidente da Olin, a formação prévia dos alunos é um dos principais empecilhos acadêmicos para os graduandos em engenharia, assim como no Brasil.
— Matemática e física no colégio não são tão boas, então, os alunos enfrentam problemas e ficam desmotivados em permanecer.
Para sanar esta defasagem, Miller propõe três alternativas: dar um motivo para que o aluno estude matemática, colocando a matéria dentro de algum contexto. Assim, o curso pretende trazer experiência prática para os estudantes já nos primeiros anos da graduação.
— Motivação é importante.
Em segundo plano, ele elenca o trabalho em equipe.
— Matemática pode ser frustrante. Você começa a trabalhar em um problema e para em uma dificuldade. Se você tem uma pequena equipe, quando você encontrar uma dificuldade, você pode ultrapassá-la.
Por fim, Miller enfoca uma aceleração no retorno (feedback).
— Se você não sabe como resolver um problema, a aula é na terça-feira, e você não verá o professor até a próxima semana, é terrível! Você esquece o problema. Se você consegue resolver este problema antes, o processo de aprendizado se torna mais rápido.
A pós-graduação também é almejada pelos engenheiros norte-americanos, mas não logo após a conclusão do curso, segundo Miller.
— A maioria dos formados em engenharia para na primeira graduação e vão trabalhar nas companhias. Alguns vão trabalhar com educação, outros fazer um mestrado. Neste caso, cerca de cinco anos após estarem trabalhando. Aí eles voltam para as empresas como administradores. Apenas uma pequena parcela se torna Ph.D. (doutores). Geralmente eles se tornam professores ou pesquisadores em laboratórios.
Modelo no Brasil
O Insper Instituto de Ensino e Pesquisa localizado em São Paulo arrecadou fundos para criar uma faculdade de engenharia nos mesmos moldes do Olin College. Durante evento na sede da instituição, ocorrido no mês de julho, Irineu Gianesi, Diretor de Novos Projetos Acadêmicos do Insper, falou mais sobre a iniciativa e o combate à evasão.
— Nós vamos combater a evasão por meio da motivação do aluno para o curso de engenharia.
O curso de engenharia do Insper ainda está em fase de implementação. A primeira turma deve começar em fevereiro de 2015. Irineu também destaca que escola não autorizará estágios, para que o aluno se dedique mais aos estudos.
— Nós não vamos autorizar, provavelmente, nos três primeiros anos, o estágio dos alunos. Se ele quiser trabalhar, poderá, mas terá de ser contratado como funcionário.