A autossuficiência energética nas novas edificações até 2030
A notícia é importante para estimular a microgeração de energia no Brasil, que hoje atinge a marca de 294 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica. Esses sistemas estão instalados em comércio e serviços (44%), residências (38%), indústrias (8,1%), consumidores rurais (5,6%), poder e serviços públicos (4%) e outros tipos, como iluminação pública (0,03%).
Segundo a Anaeel, o país possui hoje mais de 31.136 sistemas fotovoltaicos distribuídos conectados à rede, somando mais de R$ 1,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões brasileiras. Atualmente, o Estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 67,5 MW, representando 23,0% da potência instalada no país, seguido pelo Rio Grande do Sul com 42,6 MW (14,5%), São Paulo com 37,4 MW (12,7%), Santa Catarina com 18,3 MW (6,2%) e Ceará com 17,7 MW (6,03%).
Durante a COP Paris (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), foram apresentados estudos que mostraram ao acelerar a geração de energia por fontes renováveis, a geração distribuída e fomentar avanços no que tange a eficiência energética, é possível garantir a autossuficiência energética das novas edificações até 2030 e, em um segundo momento, de todas as edificações até 2050, torna-se possível garantir reduções das 84 GTon de emissões, o suficiente para manter o aquecimento em até 1,5ºC.
O World Green Building Council é signatário desse compromisso e, diante disso, o Green Building Council Brasil (GBC Brasil) foi um dos pioneiros em lançar a Certificação GBC BRASIL ZERO ENERGY, desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro, que verifica as ações para maximizar a eficiência energética, a geração de energia renovável no local ou remoto (on-site ou off-site) e a compra de Certificados de Energia Renovável (REC), que comprovam a natureza da energia que a edificação utiliza.
Segundo explica Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council, a certificação Zero Energy é um incentivo ao mercado brasileiro de construções sustentáveis, e que tem total condição de atingir as metas estipuladas na COP Paris. “Ao nosso favor temos milhões de metros quadrados investindo em eficiência, além da força das nossas empresas associadas, parceiros e profissionais engajados”, afirma Faria.
Para discutir sobre o mercado brasileiro de construções sustentáveis, abordar os avanços sobre a questão da geração de energias limpas e apresentar cases de sucesso, o GBC Brasil participará, no , o principal evento sobre energia fotovoltaica da América do Sul.
Além do panorama do mercado e do detalhamento sobre a Certificação GBC BRASIL ZERO ENERGY, a entidade apresentará cases de três edificações já certificadas no Brasil. Em julho, foi certificado o terceiro empreendimento do país. O empreendimento comercial Espaço Lar Verde Lar, em Governador Valadares, utilizou estratégias de simulação computacional, aliadas à implementação de tecnologias altamente eficientes o que resultou em 100% de geração de energia solar on site, 3.036 KWh de geração anual, suficientes para suprir o consumo de 2.318 KWh. “Além desses, o país já tem 18 registros de projetos a serem certificados como Zero Energy”, conta Felipe Faria.