Supercomputador auxiliará humanidade a realizar fusão nuclear
MODELO DE UM TOKAMAK, REATOR EXPERIMENTAL DE FUSÃO NUCLEAR (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Éprovável que uma expressiva parte dos problemas da humanidade estarão resolvidos ao se desenvolver uma fonte de energia abundante, limpa e barata. Para isso, os cientistas apostam suas fichas na técnica de fusão nuclear: o processo, que acontece naturalmente no interior do Sol e de outras estrelas, é responsável por unir dois núcleos atômicos e liberar muita energia. Obviamente, fazer isso acontecer de maneira controlada não é nada fácil.
Apesar de universidades de diferentes partes do planeta já desenvolverem os tokamaks, nome dados aos reatores experimentais de fusão nuclear, ainda faltam informações preciosas para que seja possível analisar todas as possibilidades sobre o desenvolvimento da técnica.
Para os próximos anos, os pesquisadores acreditam que os supercomputadores darão uma forcinha nesse quesito: desenvolvido pela Universidade Princeton, nos Estados Unidos, o projeto Aurora está criando uma máquina capaz de realizar 1 quintilhão de operações por segundo — um índice até 100 vezes superior em relação aos mais poderosos computadores da atualidade.
Com previsão de início de operação para 2021, o supercomputador será capaz de adotar uma técnica conhecida como deep learning (aprendizado profundo, em português), em que a máquina é capaz de ser treinada para resolver problemas cada vez mais complexos, expandindo as possibilidades de conhecimento.
FUSÃO NUCLEAR REPRODUZ EM PEQUENA ESCALA AS REAÇÕES QUE OCORREM NO INTERIOR DO SOL (FOTO: DIVULGAÇÃO)
A comunidade científica espera que o supercomputador consiga fornecer informações precisas a respeito do comportamento do plasma que fica concentrado nos reatores dos tokamaks. Atualmente, na tentativa de produzir a fusão nuclear, os pesquisadores mantém gases superaquecidos em um reator que busca transformá-los em elementos mais pesados, provocando uma reação auto-sustentável.
Atualmente em construção na França, o reator ITER é considerado o maior experimento de fusão nuclear do planeta. Os cientistas planejam utilizar as habilidades do supercomputador do projeto Aurora para reproduzir em pequena escala a fusão nuclear que acontece no interior do Sol e produzir energia elétrica. O equipamento deverá ser utilizado a partir de 2025.