Autorizada a construção dos trechos marítimo raso e terrestre do gasoduto Rota 3
Um importante sinal para o mercado nacional de óleo e gás. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu nesta semana, durante a reunião de sua diretoria colegiada, autorizar a construção dos trechos marítimo raso e terrestre do gasoduto do projeto Rota 3, que tem como objetivo escoar a produção do polo pré-sal da Bacia de Santos para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ao todo, a linha terá aproximadamente 355 km de extensão total, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e 48 km relativos ao terrestre, com uma vazão de cerca de 18 milhões de m³ de gás natural por dia.
Ao que tudo indica, a retomada do Comperj vai caminhando, ainda que a passos lentos. Como se sabe, o projeto do Rota 3 engloba também a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) da refinaria. Em meados do mês de agosto, o diretor de desenvolvimento da produção e tecnologia da Petrobrás, Hugo Repsold, disse que as obras para o empreendimento contarão com até 3 mil trabalhadores até o final deste ano. Agora, com o sinal verde da ANP, autorizando a conclusão do trecho terrestre do Rota 3, cresce a expectativa de aumento de geração de empregos.
Conforme o Petronoticias revelou em reportagem, o consórcio formado pelas empresas Encalso/Concremat apresentou o melhor preço da licitação para construção da parte terrestre do Gasoduto Rota 3. Até agora, não houve nenhum anúncio confirmando a assinatura do contrato. A nossa equipe de reportagem procurou a Petrobrás, questionando se o acordo foi firmado. Por telefone, a assessoria de imprensa da estatal respondeu dizendo que a licitação permanece “em andamento” e que “ainda não houve a assinatura“. Quanto à UPGN, os trabalhos já estão sendo tocados pela empresa chinesa Shandong Kerui Petroleum e pela brasileira Método Potencial. Tanto a UPGN quanto o gasoduto Rota 3 estão previstos para 2020 e a ideia é que funcionem integrados.
A unidade de processamento de gás do Comperj será a maior do país, com capacidade de processamento de até 21 milhões de m³ por dia. O empreendimento vai dar um salto considerável na capacidade de escoamento e processamento de gás do pré-sal da Petrobrás, que passará de 23 milhões de m³ para 44 milhões de m³ por dia. Quanto ao gasoduto, ele chegará à costa do município de Maricá (RJ), na praia de Jaconé, passando depois pelos municípios de Maricá e Itaboraí.
As licenças de instalação referentes ao trecho marítimo da linha, compreendido entre as lâminas d’água de 58 m e 2.190 m de profundidade foram emitidas pelo Ibama ainda em 2016. As atividades para instalação deste trecho foram iniciadas em outubro daquele ano. A Petrobrás também já recebeu a licença para a parte terrestre.