Microgeração de energia solar cria renda para vilarejo em Bangladesh
Ciclo Vivo
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05 de outubro de 2018
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Em 2014, um programa governamental concedeu painéis solares a comunidades em Bangladesh. Um dos beneficiados foi o vilarejo de Shikarpur, onde os moradores começaram a gerar mais energia do que poderiam usar. Foi nesse contexto que a startup Solshare identificou a oportunidade de negócio para implantar o sistema off-grid de energia solar.
Este sistema não é conectado à rede elétrica, o que significa que cada morador pode gerar e armazenar sua própria energia por meio de baterias. Para rentabilizar o processo, a Solshare também incluiu o sistema peer-to-peer e os vizinhos começaram a vender eletricidade extra uns aos outros -, algo que eles, segundo a companhia, já faziam informalmente.
Com a tecnologia, medidores de energia e controladores de carga solar são instalados nas residências de pessoas que querem vender ou comprar energia. Há também um software que redireciona a energia para onde for necessário e rastreia o uso, de forma que os vizinhos podem pagar um ao outro por meio de um aplicativo de pagamento móvel.
Custo e investimentos
Sobre o valor a ser investido na instalação do sistema, a empresa afirma que as famílias podem fazer micropagamentos a uma taxa semelhante à que teriam gasto para comprar querosene. O gasto também pode ser compensado ao passo que elas se tornam “empreendedoras solares” que vendem o excesso de energia.
Com uma empresa social do vilarejo, chamada Grameen Shakti, a Solshare planeja criar 100 pequenas redes nos próximos 18 meses. Mas os planos gerais são mais ambiciosos. Por meio de parcerias, a startup já teve acesso a mais de três milhões de sistemas solares instalados nas áreas remotas de Bangladesh. O próximo objetivo é ampliar sua presença para o restante da Ásia.
Recentemente, a Solshare anunciou uma rodada de investimento de mais de um milhão de dólares, liderada pela New Ventures LLC, sediada no Vale do Silício. Além disso, foi aceita no programa Pioneiros Técnicos do Fórum Econômico Mundial, uma lista anual das empresas mais inovadoras do mundo cujas tecnologias estão mudando no mundo.
“Acreditamos firmemente que o novo mundo da energia é alimentado pelos 5 D’s: Descentralização, Descarbonização, Digitalização, Democratização e Ruptura. O objetivo é criar mercados energéticos locais eficientes e dinâmicos que capacitem as famílias e incentivem o empreendedorismo solar, começando em Bangladesh, seguido pela Índia antes do final deste ano e, eventualmente, em escala global”, afirma Sebastian Groh, diretor administrativo e fundador da Solshare.