FORTALEZA - Danos na rede de transmissão de energia provocados por queimadas em uma fazenda no Piauí deixaram sem energia por cerca de duas horas e meia, em média, os nove Estados do Nordeste, no dia 28 de agosto. O apagão foi o primeiro de grandes proporções no País este ano e deixou 16 milhões de nordestinos sem energia. No Ceará, foram 99 minutos de apagão, que deixou sem energia mais de 8 milhões de habitantes. No período sem energia, o caos se estabeleceu no Estado. A falha no sistema foi resultado de uma combinação que atinge todos os estados do Nordeste: crescimento do consumo e falta de água nos reservatórios. Esta situação leva as autoridades a buscarem formas de ampliar a oferta e reforço de investimentos em fontes alternativas, especialmente a energia eólica. Terra da luz. No caso do Ceará, Estado conhecido como ‘a Terra da Luz’, ainda há muito a ser feito por energia renováveis. O Estado quer se tornar a terra dos ventos e das marés, quando o quesito é o uso de fontes alternativas de energia. O Ceará tem usinas eólicas, solar e das mares que, somadas, produzem atualmente em torno de 524 megawatts (MW)de energia limpa. Esse número esperado ser dobrado ainda em 2013, quando 542 MW do leilão de energia eólica realizado em 2009 estiverem implementados, fechando o ano em mais de 1.060 MW, o que representará mais de 66% de toda a energia consumida no Ceará atualmente, em torno de 1.600 MW. Ventos. Boa parte dessa fonte renovável é de energia eólica. Foram investidos cerca de R$ 2 bilhões para implantar os 17 parques no Ceará que geram 543,9 MW, colocando o Estado em primeiro no ranking em potência instalada oriunda da energia dos ventos. O Estado do Ceará tem 35% da potência nacional, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica. Força da maré. O Estado é pioneiro na produção de energia das marés. No Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, funciona uma usina com força das ondas. O protótipo, apesar de gerar pouca energia, 100 KW (o suficiente para o consumo de 60 famílias), é o primeiro da América Latina. O Estado cedeu o espaço para a pesquisa que poderá representar novos investimentos e mais geração de energia limpa no futuro. A movimentação de boias flutuadoras gera energia, que aciona bombas, gerando a energia acumulada em baterias. A constância das marés existente no Estado propicia um aproveitamento melhor do que a implantação de equipamento semelhante em locais com ondas mais altas, porém mais inconstantes. A energia gerada pela energia das marés será consumida no Porto do Pecém. A expectativa é chegar em 2014 com mais de 1.200 MW de energia oriunda de fontes renováveis. Com 25% de toda a capacidade de geração de energia elétrica a partir da força dos ventos no País (143.000 MW), segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, nos próximos anos o potencial eólico do Ceará tende a aumentar. A capacidade é de 1.818 MV. |