A Braskem produz propeno e soda, matérias-primas para a produção de ácido acrílico e derivados. A Kimberly-Clark utiliza o ácido acrílico e superabsorventes para fabricar fraldas descartáveis, absorventes íntimos, tintas, detergentes, ceras e adesivos. Para integrar as duas indústrias, terá a Basf, que produzirá justamente o ácido acrílico e os superabsorventes dos quais a Kimberly precisa, utilizando o propeno e a soda, fornecidos pela Braskem. Está originado assim o primeiro Polo Acrílico da América do Sul. As três empresas que compõem o polo estão tão interligadas que uma teve influência definitiva na vinda da outra para o Polo Industrial. A Kimberly-Clark, por exemplo, já tem operação em 35 países e veio para a Bahia atraída pela matéria-prima que será produzida pela Basf. Já a Basf deve sua vinda à Braskem, que participou ativamente do processo, através de um investimento de cerca de US$ 30 milhões para garantir o fornecimento de propeno e soda. O propeno, que até então era exportado, será oferecido no volume de 145 mil toneladas por ano. Hoje, a Braskem tem sete unidades industriais no complexo, uma produção de 5 milhões de toneladas, 1,9 mil funcionários diretos e 4,2 mil terceiros. A Basf, por sua vez, realiza o seu maior desafio empresarial fora da Alemanha. Com um investimento superior a 500 milhões de euros, este será o maior aporte da empresa ao longo de sua história de 100 anos na América do Sul. Serão três novas unidades industriais no Polo de Camaçari, que vão produzir, em escala global, o ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes. Será a primeira fábrica de ácido acrílico e superabsorventes da América do Sul. “O Polo de Camaçari foi escolhido em função da disponibilidade de matéria-prima (propeno) e utilidades, fornecidas pela Braskem, a maior indústria química do Brasil e parceira estratégica da Basf nesse projeto”, afirma Alfred Hackenberger, presidente da Basf para a América do Sul. O início das atividades produtivas está previsto para o quarto trimestre de 2014, gerando 230 empregos diretos e 600 indiretos. Com o ácido acrílico produzido na Bahia, a empresa iniciará a produção de acrilato de 2-etil-hexila em Guaratinguetá, a partir de 2015. A Kimberly, primeira empresa de terceira geração a decidir instalar-se na região, inaugurou sua fábrica no complexo no dia 26 de junho. A unidade, que possui um centro de distribuição, teve investimentos de R$ 100 milhões e será responsável pela produção de absorventes femininos, fraldas infantis e papéis higiênicos para abastecer o Nordeste. Foram criados 430 empregos diretos e cerca de 1,3 mil indiretos com a nova fábrica. Desse total, cerca de 60% foram ocupados por moradores de Salvador, Santo Amaro, Camaçari e cidades do entorno. Outras indústrias Mas a Kimberly não é a única indústria de bens finais construída em Camaçari. Instalada no polo desde 2001, a fábrica de automóveis da Ford tem uma capacidade produtiva de 250 mil carros por ano, quantidade que deve aumentar para 300 mil até 2015. Entre os planos de expansão da montadora, também está uma fábrica de motores, que está sendo construída num prédio de 24 mil metros quadrados, dentro do próprio terreno da Ford no complexo. O lançamento da pedra fundamental da fábrica de motores foi em dezembro do ano passado, e o investimento, de R$ 400 milhões. Ainda não há uma data para o início da produção, que será de 210 mil motores por ano. A Ford foi a primeira montadora a se instalar em Camaçari, mas em breve vai ganhar concorrência da Jac Motors e da Foton. O setor automotivo é um dos grandes potenciais do polo, junto com o petroquímico e o de energia eólica. Juntas, todas as empresas do Polo Industrial investem, anualmente, US$ 16 bilhões e geram 15 mil empregos diretos, sendo responsáveis por 20% do PIB da Bahia, segundo o Comitê de Fomento do Polo, o Cofic. |