Mercado da Engenharia no Brasil cresce e aumenta a demanda por novos profissionais
Dino
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23 de outubro de 2018
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Após registrar uma taxa de crescimento negativa de 5% em 2016 e de 2,5% em 2017, a indústria da engenharia tende a crescer 10% no ano de 2018 e aumentar a demanda por novos profissionais. Essa é a última previsão realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)[1]. O principal fator da retomada do nível de emprego no setor é o aumento da confiança dos consumidores na indústria de engenharia e pela taxa básica de juros (SELIC) atingir o percentual de 7.5% em 2017. Essa taxa desloca a atratividade de outros segmentos do mercado financeiro para a caderneta de poupança e disponibiliza recursos para o financiamento imobiliário.
Outro indicador que demonstra como o mercado de engenharia possui demanda crescente por novos profissionais é a última pesquisa relacionada aos cursos de Engenharia no Brasil divulgada pela Universidade de São Paulo (USP)[2] no final de 2017. No período de cinco anos, entre 2010 e 2015, o número de ingressantes em cursos de engenharia do setor privado cresceram de 125.173 para 259.811 alunos por ano – um crescimento de mais de 100%. E todos esses alunos poderão suprir parte da demanda da área. De acordo com a revista EXAME[3], a consultoria especializada em recrutamento Page Personnel constata que a demanda em 2018 por engenheiros está entre 30 e 35% maior do que quando comparada a 2017.
Melhoria de processos e indicadores do setor de engenharia
A previsão para o crescimento do setor de engenharia também é sustentada pela melhoria nos processos e nos novos indicadores divulgados no último relatório da CBIC[4]. Entre os incentivos está a elaboração da Norma de Orçamentos e Formação de Preços de Infraestrutura (ABNT). Esse documento constrói uma norma técnica para embasar tabelas de preços e serviços de todo o setor.
Além disso, no último ano o mercado de engenharia foi beneficiado pela modernização da Lei de Licitações e Contratos (8.666): criou-se o pregão eletrônico para contratação de empresas de engenharia e instituiu-se o Regime Diferenciado de Contratações Públicas. Essas mudanças visam ampliar a eficiência nas contratações públicas, incentivar a inovação tecnológica, e assegurar o tratamento igualitário a todas as empresas licitantes.
Projeções para 2018 no mercado de engenharia
O crescimento da demanda de mão de obra, principalmente qualificada, no setor de engenharia também é decorrente da taxa de confiança na construção no Brasil ter mostrado crescimento por seis meses consecutivos em 2017. Em dezembro de 2017 a taxa alcançou 77.5 pontos, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) [5]. Esse fator fez com que a entrada de 2018 fosse benéfica para a contratação de novos profissionais e para o aquecimento da área. Não por acaso, em março de 2018 o índice de confiança na construção alcançou 82.1%, ocasionado principalmente pela percepção favorável para 2018 do empresariado do ramo de engenharia residencial. Essa percepção é em decorrência do crescimento de aproximadamente 30% no número de lançamentos de empreendimentos e de 15% no de vendas ao se comparar números de 2016 e 2017.
E o índice de confiança aquece o setor e abaixa a ociosidade. É o que mostra outro indicador da FGV denominado Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) e relacionado ao produto efetivamente gerado no setor e a capacidade produtiva da indústria. O NUCI atingiu 65.6% no final de 2017[6] e continuou a crescer. Em julho deste ano, o NUCI atinge a marca de 75.7% [7]. Esse aquecimento visualizado por tais indicadores é uma porta de entrada para empresas do setor investirem também em inovações e apostarem em tendências sustentáveis.
Tendências e Inovações no mercado de engenharia
As construtoras e empresas do ramo de engenharia, guiadas também pela redução da inflação, aqueceram seus investimentos em novas tecnologias que auxiliam tanto o crescimento do mercado, quanto o crescimento da confiança do setor. Algumas das tecnologias que ganharam destaque nos últimos anos vão desde produtos sustentáveis a aparelhos eletrônicos:
Impressora 3D na Engenharia
No ramo da engenharia as impressoras 3D têm ganhado cada vez mais espaço após a criação do conceito de construção por contornos – ou, em inglês, contour crafting. Esse modo de construção requer engenheiros especializados e capacitados para programar a impressora 3D a realizar o projeto sem a necessidade de trabalhos braçais. Assim, a impressora seria responsável por montar elementos estruturais, partes hidráulicas ou até construções inteiras. No exterior isso já é realidade: uma empresa chinesa construiu dez casas em 24 horas utilizando-se da tecnologia da impressora 3D com o custo unitário de 3 mil libras, cerca de 11 mil reais[8].
Apesar de já existirem empresas que realizam a totalidade da obra com a tecnologia, as companhias de engenharia ainda estudam a verdadeira eficácia e como se utilizar a impressora 3D garantindo projetos seguros e com bom custo-benefício.
O concreto sustentável
Toda empresa de engenharia deve estar antenada às novas tendências, principalmente quando o assunto é sustentabilidade. E uma das novas tecnologias na área e que vem sendo difundida é relacionada a um dos produtos mais consumido nas obras: o concreto. A inovação tem nome e é concreto sustentável. Esse concreto é produzido a partir das sobras e dos resíduos de construções e da fabricação de outros materiais: sobretudo resíduos de entulhos, lascas de madeira e vidro moído. Esse concreto é tão eficaz quanto o normal, além de apresentar uma redução nos níveis de emissão de poluentes na atmosfera e no desperdiço de materiais.
Tijolos Ecológicos
Na mesma linha do concreto sustentável, os tijolos ecológicos ganham cada vez mais espaço no setor de engenharia. São inovadores, econômicos e apresentam um assentamento mais prático. O tijolo ecológico não é composto apenas de argila como os tradicionais. Nele é adicionado um polímero natural de algas e de lã, o que torna o tijolo ecológico até 40% mais durável e resistente do que o tradicional.
Inovações e o Mercado de Trabalho na Engenharia
Com esses poucos exemplos é possível notar que a demanda por profissionais qualificados no ramo de engenharia tende a ser cada vez maior. Não por acaso, os dados da pesquisa da USP apontaram um crescimento na busca por cursos de engenharia. Ou seja, além do crescimento ocasionado pela aceleração nos investimentos do setor imobiliário, as empresas do setor tendem a contratar ainda mais para conseguir suprir as necessidades do mercado aquecido.
Opinião de um especialista:
Segundo Rodrigo Garcia, CEO da Seleção Engenharia: “Um dos fatores determinantes na hora da contratação de um engenheiro, por parte das empresas, é a habilidade do profissional para lidar com pessoas e circunstâncias adversas, que são típicas da profissão, principalmente na área da construção civil, onde o profissional muitas vezes está exposto a condições climáticas desfavoráveis..” afirma Rodrigo.
Para ajudar engenheiros nessa jornada em busca de melhores oportunidades de trabalho, a Seleção Engenharia disponibiliza, totalmente grátis, um Guia completo para melhoria de Currículo de profissionais da Engenharia. Os engenheiros interessados podem fazer o download gratuito do guia de currículo, disponível no blog da empresa, clicando aqui.
Sobre a Seleção Engenharia:
A Seleção Engenharia é uma plataforma on-line que tem como objetivo conectar engenheiros e empresas de Engenharia, em diversas áreas de atuação, nível técnico e superior. Ela foi criada em 2006 e atualmente está presente em 3 países: Brasil, Canadá e Estados Unidos.
Fontes de pesquisa: