Reaquecimento da economia permite melhores salários para posições de liderança
A consultoria de executive search e capital humano Fesa Group realizou um estudo para traçar um cenário sobre a movimentação de executivos, como gerentes, diretores e presidentes, em empresas que atuam no Brasil. O levantamento tem como base um recorte de 600 projetos realizados pela consultoria em nível nacional nos últimos dois anos.
Melhores salários
Em 2018, mais da metade dos executivos colocados pela Fesa assumiu posições com remuneração pelo menos 15% maior do que o último emprego. A título de comparação, esse mesmo indicador, em 2017, foi menor do que 40%.
Esse é um dado recente que mostra o reaquecimento da economia.
“Percebemos que os executivos têm sido mais criteriosos ao avaliar novas oportunidades, priorizando as buscas por desafios mais interessantes, melhores perspectivas para suas carreiras ou melhores salários”, avalia Carlos Guilherme, CEO da Fesa Group.
O levantamento da Fesa aponta um contraste no que se refere à variação da remuneração. Se em uma ponta o cenário é positivo, há setores que ainda sofrem a conseqüência da crise financeira e o impacto é sentido diretamente pelos líderes.
Em 2018, a parcela de executivos que se submeteu a reduzir a remuneração em 30% ou mais chegou a 8% da base de pesquisas da Fesa, enquanto esse número era de 2% em 2016, por exemplo.
Principais indústrias
Um setor que tem se destacado em 2018 é o de Construção/Engenharia. Profundamente afetado pela crise econômica e pelo envolvimento de grandes grupos em operações de corrupção, o setor, que é uma das locomotivas econômicas do País, tem dado sinais de recuperação, ainda que lentamente. O levantamento da Fesa aponta que as movimentações de executivos quadruplicaram de volume em 2018, comparado com o mesmo período em 2017.
“Apesar do volume crescente de contratações, ainda enxergarmos muitos desafios para o setor. No último ano notamos uma maior concentração em projetos para os segmentos de Transmissão e de Geração de Energia Elétrica. Existe também uma expectativa de maiores investimentos em infraestrutura logística para 2019, com maior potencial para os projetos de duplicação de ferrovias e de rodovias”, acrescenta o executivo.
O setor de Serviços Financeiros é outro que tem apresentado dados positivos, a partir do surgimento de fundos de investimentos em direitos creditórios, que têm substituído a atuação de bancos do passado e da tendência dos meios de pagamento.
No levantamento da Fesa, as contratações neste setor cresceram 50% em 2018.
O setor de Bens de Consumo historicamente, desde 2015, é o que mais demanda por projetos de busca e s e l e ç ã o de executivos e representa, atualmente, 26% das posições feitas pela consultoria. No primeiro semestre de 2018, comparando o mesmo período do ano passado, o crescimento de projetos deste setor cresceu 5%.
Funções mais demandadas
Chama a atenção a escalada da demanda por posições na área Jurídica, que cresceu 300% entre 2015 e 2018, ano-base do estudo. “Estamos vivendo um momento de transformações provocadas por diversos eventos, como a aprovação da Reforma Trabalhista, as grandes investigações criminais em curso e as inúmeras discussões regulatórias em indústrias como de Telecomunicações, Energia Elétrica, o setor de Petróleo, dentre outros. Estes eventos têm exigido maiores investimentos por parte das empresas, que reforçaram seus quadros de funcionários nas respectivas funções”, explica o CEO da Fesa Group.
A área de Finanças continua sendo a mais demandada pelas empresas, com cerca de 30% de todas as movimentações realizadas em 2018. “A maioria das empresas possui áreas financeiras bem estruturadas. Contudo, as competências consideradas vitais para a manutenção da saúde financeira da empresa a médio e longo prazos podem variar de acordo com fatores como ritmo de crescimento da empresa ou com a adoção de novas estratégias de negócios. Em função disso, a área de Finanças costuma apresentar um giro alto de contratações, independentemente do momento de mercado.”