ELETRONUCLEAR TRABALHA PARA VIABILIZAR ANGRA 3
CNPE aprova o aumento da tarifa e favorece continuidade de obra da usina de Angra, novo governo discutirá a questão antes do fim do ano.
A Eletronuclear anunciou que está “trabalhando intensamente” para buscar alternativas que viabilizem a conclusão de usina de Angra 3 que se encontra parada desde 2015 por conta do envolvimento das construtoras da usina no âmbito da Operação Lava-Jato. O fato que contribuiu decisivamente para isto foi a deliberação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em meados deste mês, que aprovou a elaboração de estudos para a retomada das obras de Angra 3, inclusive dobrando o preço de venda de energia da usina, de R$ 240,00/MWh para R$ 480,00/MWh.
Esta ação por parte da Eletronuclear cria as bases e orientação para a empresa buscar soluções que viabilizem a conclusão da central nuclear, que é importante não só pelo acréscimo de megawatts no sistema, mas também pelo seu papel como indutor de desenvolvimento, destacou o chefe do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Eletronuclear, Marcelo Gomes, o executivo disse também que “Há estudos da FGV que avaliam o impacto socioeconômico de Angra 3 e ele é muito significativo: Você leva renda, emprego de qualidade, formação humana. É sem dúvidas um alavancador do progresso”.
Os investimentos segundo o CNPE é da ordem de R$ 15,5 bilhões e o aumento da tarifa atrairá investidores estrangeiros para terminar o empreendimento que se encontra em sua segunda fase, a montagem eletromecânica, pois a construção civil foi paralisada com cerca de 80% das obras concluídas.
Segundo o representante da Westinghouse na América Latina e Canadá, Carlos Leipner, o momento é bom para o setor com a possibilidade de retomada das obras em breve, o que para ele estabelecerá um marco para a construção de novas plantas nucleares no país, “agora há diversos players do setor privado mostrando interesse em investir no país, compartilhando essa segunda fase de construção de Angra 3”, declarou.
O QUE PENSA O NOVO GOVERNO
Integrantes do núcleo econômico de Jair Bolsonaro têm afirmado que uma das prioridades do novo governo será acelerar as concessões de infraestrutura e com isso ganha força a retomada das obras de Angra 3 e até mesmo de outros projetos que estavam engavetados como por exemplo a reativação de hidrelétricas, como as novas usinas no Rio Tapajós. Aideia de Paulo Guedes, o guru econômico do novo presidente, é criar um grupo de trabalho para discutir a questão antes do final do ano e estima se que sejam necessários US 500 bilhões para recuperar o tempo perdido além da importância dos investimentos estrangeiros.