Buracos causados por obras realizadas pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) provocam grande insatisfação por parte da população no Estado e constantemente é alvo de reclamações. A Companhia cumpre com a responsabilidade necessária advinda de suas obras, entretanto, os métodos convencionais usados para tapar os buracos não estavam sendo tão satisfatórios. A solução encontrada pela Sabesp foi testar a solução asfáltica da empresa catarinense SolPav Pavimentações, que utiliza asfalto fresado e recupera a via rapidamente e com qualidade. Durante toda a manhã da última quinta-feira, 3/10, a Companhia realizou testes em Itapetininga, interior paulista, na Rua Pedro Marques (rua ao lado da delegacia). Durante duas horas foram recuperados 25 metros², mesmo com o tempo nublado. Logo após a recuperação, a equipe de Infraestrutura da Sabesp constatou e aprovou a eficiência da tecnologia da SolPav, pois mesmo com o temporal que caiu em seguida ao teste, a via não sofreu com infiltrações, um problema antigo da cidade. Sobre o Asfalto Verde A tecnologia de reparo infravermelho é inédita no Brasil e utilizada com sucesso nos Estados Unidos e Alemanha há mais de 40 anos, oferecendo recuperações ágeis e eficientes de alto desempenho em diversos tipos de vias e rodovias. Ao contrário do reparo convencional, que requer a remoção de asfalto antigo de um local e sua substituição por asfalto novo, à nova tecnologia de infravermelho acelera a reparação por aquecimento, fusão e compactação de asfalto fresado, otimizando a utilização de equipamentos, mão de obra e material. A máquina desenvolvida pela SolPav restaura o local em no máximo dez minutos, sem causar poluição sonora ou danos ao meio ambiente, utilizando no máximo três pessoas durante o processo e liberando o fluxo do trânsito em seguida, para tráfego normal. O novo sistema sela trincas e buracos sem deixar nenhum desnivelamento no trecho. O calor gerado pelo infravermelho penetra de forma rápida e profunda no asfalto, fazendo com que ele mude seu estado de sólido para maleável. O processo de aquecimento atinge uma temperatura de até 170 graus. Após alcançar a consistência ideal, é adicionada a emulsão asfáltica necessária para que o local se recupere, através da perfeita fusão, sem fissuras, costuras ou defeitos entre o novo e o antigo pavimento. Com esse processo não há necessidade da aquisição de novo asfalto. Caso a fenda seja muito extensa ou profunda, ainda pode-se usar material que já foi descartado há mais tempo sem perder a qualidade no processo, como aponta Luis Renato Bischoff, diretor da SolPav Pavimentação: “Já fizemos uma intervenção em uma das ruas da cidade e o resultado foi excepcionalmente satisfatório. Conseguimos reaproveitar muito do asfalto que já estava na via, o temido passivo dos cofres públicos que gera custos administrativos, mesmo sendo um asfalto de quase 20 anos. Graças à tecnologia de infravermelho e ao superaquecimento, o material mantém a qualidade e apresenta uma maior durabilidade, por pelo menos 12 meses”, ressalta. A máquina da SolPav permanece em Itapetininga durante esta semana (14 a 18/10), quando Luis Renato Bischoff terá outros encontros e reuniões com representantes de municípios interessados na tecnologia. A primeira cidade brasileira a fazer uso da tecnologia no país foi Lages, na Serra Catarinense. |