Nova sede do grupo Energisa, em MG, ganha prêmio “Obra do Ano”, da Abcic
Redação EC
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09 de janeiro de 2019
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Criada em 2011, premiação prestigia as empresas pré-fabricadoras de concreto, os arquitetos e engenheiros projetistas de estruturas que usam o sistema construtivo em seus projetos
Ao final de cada ano, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), anuncia os vencedores do prêmio “Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto”, que, desde 2011, homenageia as empresas pré-fabricadoras do país. Entre as obras premiadas em 2018, destacou-se o prédio EMG da Energisa, situado em Cataguases (MG). O edifício multipavimentos, com superestrutura pré-fabricada de concreto armado e protendido, composta de pilares circulares segmentados, vigas e lajes alveolares fornecidas pela Bemarco Estruturas, foi inaugurado em comemoração aos 113 anos da empresa.
Com investimentos da ordem de R$ 40 milhões, o prédio se transformou em um novo marco no Distrito Industrial da cidade, ao adotar uma entrada evidenciada pela empena angulada de grande volume, que abriga o centro de operações da empresa, e um painel artístico iluminado à noite, além de diversos conceitos modernos de sustentabilidade e tecnologia e do uso de iluminação e ventilação naturais.
Acionada para estudar a possibilidade de aplicação da estrutura de concreto pré-fabricada, a Bemarco Estruturas conta que a demanda era viabilizar os prazos apertadíssimos do cronograma assumido pela construtora, se encaixando nos custos orçados, e garantir a qualidade do produto final, driblando assim as dificuldades em se obter mão de obra e concreto com qualidade e confiabilidade de fornecimento na região. “Um dos maiores desafios àquela altura foi demonstrar para a empresa de arquitetura, responsável pela compatibilização de todos os projetos, que a solução em estrutura pré-fabricada poderia ser utilizada respeitando-se os partidos arquitetônicos da construção, e ao mesmo tempo viabilizando os prazos e custos da construtora”, conta o diretor da Bemarco Estruturas, Marcelo Bandeira.
A partir de então, a empresa atuou intensamente no processo de concepção das estruturas e no desenvolvimento de novas soluções que possibilitassem o atendimento ao projeto original, em princípio previsto com estruturas convencionais moldadas in loco, e que foi readequado para a utilização do sistema pré-fabricado. “A Bemarco passou a ser responsável por todo o cálculo e detalhamento do projeto estrutural, fabricação e resolução dos desafios de montagem que a obra impôs”, lembra Bandeira. Outro aspecto importante, segundo ele, foi a compatibilização das novas estruturas com os demais projetos que já haviam sido definidos, como as interfaces com instalações, esquadrias e a própria usabilidade do prédio em sua proposta inicial.
Por dentro da obra
Com 4.510 m2 de área construída, o novo prédio da Energisa demandou aproximadamente 800 m3 de concreto pré-fabricado, entre pilares, vigas, lajes alveolares, painéis de fechamento e escadas. Foram executadas formas metálicas exclusivas, sem emendas e sem face aberta (praticamente eliminando-se o acabamento manual pós saque), feitas em chapa única calandrada, produzidas na própria fábrica, para confecção dos pilares pré-fabricados redondos, feitos em concreto fluido auto-adensável. Também foram desenvolvidas formas metálicas específicas para as vigas, moldadas em uma única concretagem.
“Outro desafio na produção dos pilares e vigas era garantir que as conexões das ligações estivessem perfeitamente posicionadas e aprumadas, para uma montagem assertiva e eficaz. Para garantir isso, foram utilizados diversos gabaritos metálicos nas formas, para as bainhas, arranques e SPDA (sistema de proteção contra descargas atmosféricas), todos projetados e fabricados internamente”, detalha Bandeira.
A estrutura foi concebida sem consoles aparentes, uma exigência arquitetônica, inclusive nos balanços e nas vigas de borda, adotando-se uma solução exclusiva da Bemarco. Nas emendas dos pilares, usou-se o rápido graute 80 (EMCEKRETE 80) da MC Bauchemie, um graute bem fluido, não retrátil, de alta precisão e resistência, de modo a permitir a continuidade da montagem. A montagem da estrutura, por sua vez, obedeceu a um procedimento específico, que orientava como executar o aprumamento e as emendas dos pilares e vigas, todas desenvolvidas internamente. “Foi importantíssima a interação de toda a equipe para que a solução desenvolvida não comprometesse o rendimento e a qualidade da montagem. Para isso, foi feito um treinamento específico na fábrica com os funcionários que iriam montar as peças na obra, e as eventuais dificuldades foram detectadas antes do início da montagem”, finaliza Bandeira. Vale ressaltar que todas as estruturas da obra foram projetadas, fabricadas e montadas em um prazo de pouco mais de 120 dias.
Sobre o prêmio “Obra do Ano”
O Prêmio Obra do Ano foi criado em 2011 e prestigia as empresas pré-fabricadoras e os arquitetos e engenheiros projetistas de estruturas que usam o sistema construtivo em seus projetos. A premiação tem o apoio institucional da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) e Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
Além do prédio da Energisa, em 2018 também foram premiadas as obras do Campus da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre, e o Terminal Aeroportuário de Vitória.