A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou no dia 10 de outubro a sondagem “Expectativas Econômicas do Transportador 2013 – Fase 2”, no site da Confederação. O levantamento, realizado desde 2012, tem como objetivo identificar as perspectivas dos transportadores dos modais rodoviário e aquaviário para temas como macroeconomia, investimentos em infraestrutura e atividade empresarial. De acordo com o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, a sondagem é mais uma ação de incentivo da Confederação ao desenvolvimento da atividade transportadora no país. “Precisamos ter conhecimento sobre as expectativas econômicas e de gestão dos transportadores que atuam no setor para poder planejar e continuar evoluindo. Esse estudo desempenha esse papel”, afirma ele. Esta é a segunda fase da sondagem em 2013. O relatório traz uma reavaliação da percepção dos transportadores sobre o desempenho da economia, os investimentos no Brasil e a atividade de transporte apresentada no início deste ano. Também foram abordadas questões sobre o conhecimento e a avaliação dos transportadores referentes à Nova Lei dos Portos, à Lei do Caminhoneiro e à desoneração da folha de pagamentos. Foram realizadas 488 entrevistas com transportadores (436 do modal rodoviário - cargas e passageiros - e 52 do modal aquaviário - navegação marítima e interior). A sondagem aponta redução do otimismo dos transportadores quanto ao desempenho da economia. A expectativa da maioria dos entrevistados (40,6%) nesta segunda fase da pesquisa é de manutenção do nível de crescimento da economia. Outros 30,3% apostam em crescimento e, 25,8%, em redução. No início do ano, os percentuais eram de 41,9%, 42,9% e 10,9%, respectivamente. Em relação à inflação, houve aumento significativo entre os que acreditam na alta do índice. No início de 2013, 62,6% esperavam por uma inflação superior a de 2012. Agora, são 72,2%. Segundo o senador Clésio Andrade, os números revelam certa preocupação com a evolução da atividade. “A maioria dos transportadores afirma que a inflação tem impacto elevado em suas operações. Com a concretização do cenário de uma inflação mais alta, os custos totais podem ser aumentados. Isso reduz o dinamismo do setor e gera impacto em todos os produtos transportados.” Entre os entrevistados, 79,3% acreditam em uma nova alta no preço do combustível este ano. Para 18,2%, os preços atuais do diesel e do bunker (utilizado nas embarcações) deve ser mantido. Quanto ao óleo lubrificante, 79,0% esperam por aumento do preço do insumo e apenas 1,8% por redução. Para 80,8% dos transportadores do setor rodoviário de cargas e de passageiros, os pneus também ficarão mais caros. Quanto às taxas portuárias, 44,2% dos transportadores aquaviários acreditam em manutenção do valor. Já o custo da praticagem, deve sofrer elevação para 30,8% dos entrevistados. O levantamento ainda faz referência aos investimentos públicos aplicados na infraestrutura de transporte. Para 75,9% dos entrevistados, os recursos disponíveis para investimento não serão capazes de solucionar os problemas logísticos do país. O índice dos que acreditavam em uma melhora das condições da infraestrutura do país caiu de 38,8%, no início de 2013, para 20,5% neste segundo semestre. “Essa descrença na aplicação dos recursos e na melhora da infraestrutura está relacionada à dificuldade que o governo federal tem de gerenciar o orçamento disponível e em realizar as concessões anunciadas no ano passado”, ressalta o presidente da CNT, senador Clésio Andrade. A sondagem também aponta que o impacto do câmbio é elevado na atividade de transporte, para 37,5% dos transportadores entrevistados. Apenas 18,4% acreditam que o impacto é baixo. Diante da elevação do dólar em 2013, 76,5% dos entrevistados acreditam que esse aumento poderá afetar a economia brasileira ainda este ano, enquanto 18% acreditam que não. A pesquisa completa está disponível no site da CNT. |