Controlar as chuvas Com raios laser, cientistas estão trabalhando para conseguir provocar chuvas sobre locais específicos. Disparando os raios em atmosferas que já tenham alguma umidade, foi possível induzir a condensação das partículas de água. Não foi o suficiente para criar chuva, mas os resultados foram considerados promissores. Com mais pesquisas, os cientistas da Universidade de Genebra esperam chegar ao ponto de criar ou prevenir chuva. Na China, o comitê meteorológico de Pequim possui uma equipe dedicada exclusivamente a modificações climáticas. Em 2009, o departamento alardeou como uma grande conquista ter disparado 432 foguetes com substâncias químicas - como gelo seco e iodeto de prata - que seriam capazes de criar nuvens e fazer chover. A iniciativa, entretanto, despertou descrença na comunidade científica internacional, que não pode verificar se o método era mesmo eficaz. Sequestro de carbono Uma possibilidade que já é colocada em prática em pequena escala e conta com muitos defensores é a de capturar dióxido de carbono produzido pela atividade humana e aprisioná-lo abaixo da superfície da Terra. A princípio, cientistas acreditam que a técnica limpa e eficiente é, também, segura. Mas o método é caro. Atualmente, existem apenas 40 fábricas no mundo que realizam o procedimento com o dióxido de carbono que produzem em suas plantas. Voltado essencialmente para a indústria, a técnica de captura e armazenamento de carbono poderia consumir até 40% da energia gasta em uma fábrica, o que inviabiliza o método para a maioria das empresas. Pintar o mundo de branco AA ideia até poderia funcionar, mas afetaria drasticamente as paisagens a que estamos acostumados. Cientistas do laboratório nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, propõem pintar todos os telhados e todas as estradas do mundo de branco, além de cobrir os desertos com uma película plástica branca e criar algas transgênicas de cor esbranquiçada. O objetivo de tanto branco seria refletir mais luz solar de volta ao espaço, diminuindo o aquecimento causado pelo sol. Enquanto superfícies pretas refletem entre 10 e 20% da luz que incide sobre elas, as superfícies brancas refletem pelo menos 50%. A ideia já tem seguidores. O governo da Califórnia exige, desde 2005, que edifícios comerciais tenham telhados de cor clara. Árvores artificiais Povoar o mundo com 60 milhões de árvores artificiais de 15 m de altura é a proposta do geo-engenheiro Wallace Broecker, o cientista que cunhou o termo mudança climática, ainda nos anos 1970. O projeto do americano está relacionado aos métodos de sequestro de carbono, já que as árvores - colunas com revestimento plástico capaz de sugar o CO2 da atmosfera - utilizariam um filtro apenas para capturar o CO2 e enviá-lo a depósitos subterrâneos. Para quem acha a ideia absurda, Broecker tem a defesa na ponta da língua: fazemos 55 milhões de carros a cada ano, então se realmente quisermos, podemos, ele afirmou ao jornal britânico The Guardian. Branqueamento de nuvens O princípio é simples: borrifar água do mar nas nuvens da baixa atmosfera. O sal as tornaria mais brancas, o que refletiria mais luz do sol de volta ao espaço antes de que ela chegasse à superfície terrestre. O maior impedimento é que a medida deveria ser adotada em grande escala, ao redor do planeta inteiro, para surtir efeitos significativos. Relativamente barato, o projeto é apoiado pela fundação de Bill Gates, que já investiu mais de US$ 300 mil em estudos da empresa Silver Lining. Os americanos esperam realizar um primeiro teste em uma área de 10 mil km². Espelhos espaciais Alguns poucos cientistas de ideias tão mirabolantes quando megalomaníacas sugerem que as nações unam esforços para colocar em órbita ao redor da Terra uma série de espelhos gigantes que refletiria a luz do sol de volta ao espaço. Um destes cientistas é Lowell Wood, do laboratório nacional Lawrence Livermore, nos EUA, que defende a construção de um espelho com 1,6 milhão de km². A maioria da comunidade científica, entretanto, considera a ideia tão absurda quanto seria causar explosões na lua para criar nuvens de poeira ao redor do planeta (proposta da universidade estadual de Iowa, EUA). Ambos os projetos seriam incalculavelmente caros, potencialmente perigosos e de consequências desconhecidas. Oceanos pró-ativos Crentes de que a natureza sozinha já não basta, cientistas querem tornar os oceanos mais eficientes na limpeza da atmosfera. Para isso, a ideia seria incentivar a proliferação de fitoplâncton, que filtram o CO2 e o transformam em oxigênio. Diversos testes neste sentido já foram realizados, inclusive a fertilização de 900 km² do Atlântico, cujo resultado foi decepcionante. Pesquisadores alemães ainda tentam realizar novos testes, mas não obtiveram autorização do governo. Vulcão artificial Um plano digno de cinema está em andamento na Inglaterra. Cientistas pretendem fazer flutuar a 1 km de altura um balão do tamanho de um estádio. Ligado à Terra por uma mangueira, o balão seria uma ferramenta para soltar gotículas de químicos na atmosfera que refletiriam a luz do sol evitando que os raios solares chegassem à superfície do planeta. O efeito é similar ao que ocorre após a erupção de vulcões, quando as cinzas expelidas criam uma nuvem que impede a passagem dos raios. Apesar de polêmico, o projeto já recebeu 1,6 milhões de libras do governo inglês e está em fase de testes. Opositores do sistema afirmam que é impossível prever com segurança os efeitos de disparar químicos na atmosfera, e os resultados poderiam ser desastrosos. |