A ampliação do Canal do Panamá será concluída em 2016. Serão mais sete meses de atraso devido à crise surgida pela falta de liquidez do consórcio responsável pelas obras, e que foi solucionada na última semana, afirmou o administrador da via, Jorge Quijano. “O plano é que nós entraremos em operação comercial em janeirode2016”,afirmou Quijano em coletiva de imprensa, ao comentar sobre o acordo alcançado na última quinta-feira e que formalmente será assinado na próxima quinta-feira, quando for devidamente redigido. A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) e o consórcio Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), liderado pela construtora espanhola Sacyr, concordaram com a injeção de recursos para concluir os trabalhos, seriamente ameaçados pela falta de liquidez do GUPC, depois de dois mesesde conflitoe negociações. “Este caminho que escolhemos, que não é perfeito, tem a vantagem de permitir que reiniciemos a obra rapidamente. E com a injeção que será dada à obra, podemos falar que ela terminará em 2015”, afirmou Quijano. Uma vez concluídas as atividades de construção, o canal precisará de um período de testes antes de sua inauguração final, que seria agora em 2016. O acordo firmado entre a ACP e o GUPC estabelece que ambos vão antecipar US$ 100 milhões cada um para que o ritmo das obras seja normalizado. O convênio também determina que a moratória do pagamento de US$ 784 milhões que ACP tinha antecipado ao GUPC se estenderá até 2018. “Este acordo garante que a obra seja encerrada no tempo mais peremptório (...) A ACP mantém seu norte e esse novo passo nos leva mais perto de completar a obra”, segundo Quijano. Além disso, o GUPC deve administrar com a seguradora Zurich America International – que protege o investimento com US$ 600 milhões de fiança – os US$ 400 milhões que iriam para um fundo gerido pelo consórcio e a ACP. Cronograma As obras de ampliação da via transoceânica – que englobam a construção de um teceiro conjunto de eclusas – deveriam ser concluídas neste ano, coincidindo com o centenário da via, mas os trabalhos sofreram atrasos e as autoridades anunciaram o fim do projeto para junho de 2015. Devido à crise de financiamento do projeto, a data foi mais uma vez prorrogada, agora para dezembro desse mesmo ano, deixando o início de suas operações para 2016. O conflito, que levou à paralisação das obras entre 7 e 20 de fevereiro, estourou no dia 30 de dezembro passado, quando o consórcio reivindicou à ACP que o contrato para a ampliação do canal fosse reajustado em US$ 1,6 bilhão, chegando a US$ 4,8 bilhões, devido a custos não previstos. Com o acordo, o GUPC se comprometeu a esperar o resultado de uma arbitragem para atribuir a responsabilidade final dos custos adicionais. (France Presse) |