Brasil avança em pesquisas sobre nanofios de silício
Depois de desenvolverem o primeiro transistor 3D produzido no Brasil, pesquisadores se aperfeiçoam nas técnicas e aprimoram a fabricação dos nanofios tridimensionais de silício, ou seja, as minúsculas estruturas por onde flui a eletricidade no interior dos atuais componentes eletrônicos.
Tal investimento é de fundamental importância para o mercado de miniaturização e de melhoria do desempenho de processadores. Isso se explica pelo fato de os transistores 3D estarem presentes em computadores, telefones celulares, automóveis e equipamentos de diagnóstico médico, além de controle de processos e automação industrial.
Estudo e fabricação
Um único chip de computador geralmente tem bilhões de transistores. Apenas um transistor é capaz de abrigar milhares de nanofios, que é por onde passa a eletricidade. O estudo desenvolvido recentemente no Brasil pela equipe do Centro de Componentes Semicondutores (CCS) e da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp envolve justamente essa parte de campo de dimensão dos nanofios.
Para fabricar um nanofio que amplie a capacidade de processadores, há a opção de dois processos de produção diferentes.
No primeiro deles, um Feixe de Íons Focalizados (FIB, da sigla em inglês) dispara íons de gálio sobre a superfície de silício, esculpindo-a em escala manométrica.
Já o segundo método consiste na utilização de Litografia de Feixe de Elétrons (EBL, da sigla em inglês). Ele utiliza partículas subatômicas para desenhar um gabarito que depois é usado como molde para criar transistores em outros equipamentos.
Protótipos
Ambas as técnicas apresentam peculiaridades e desafios para construírem um protótipo, mas também representam um avanço na área para o Brasil.
Caso o transistor seja produzido pelo FIB, o tempo de fabricação demora em torno de dois dias e custa cerca de 4 mil dólares. Já os que são feitos pelo EBL levam dez dias de trabalho, mas por outro lado apresentam um custo de cerca de 150 dólares.
Tais custos são apenas para projetos experimentais, produzidos um a um. Se a industriar vier a adotar tal produção em massa, o custo seria bastante reduzido. Contudo, é improvável que isso aconteça, pois a indústria brasileira não está preparada para esta tecnologia.