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Edifício multifuncional japonês vira case mundial

cimento itambe - Altair Santos - 25 de setembro de 2014 1513 Visualizações
 Edifício multifuncional japonês vira case mundial
A primeira obra de mobilidade para os jogos olímpicos de 2020, prometida por Tóquio no projeto que a elegeu cidade-sede, já está pronta. Planejada desde 1946, a ligação entre anéis viários da capital japonesa só foi possível graças a uma PPP (Parceria Público-Privada).
A união de esforços entre poder público e empreendedores locais permitiu não apenas uma nova rota viária para a cidade, mas também que se erguesse o edifício Toranomon Hills.
A construção da torre de 247 metros viabilizou recursos para que fossem feitas as desapropriações necessárias, e também abriu espaço para que um túnel com quase um quilômetro de extensão cruzasse parte de suas estruturas.
A obra foi liderada pela Mori Building Corporation, uma tradicional incorporadora e construtora japonesa. Recentemente, o diretor da empresa, Masayoshi Yuge, esteve no 16º seminário sobretecnologias de estruturas, promovido pelo SindusCon-SP, para relatar os desafios que envolveram o empreendimento.
“Curiosamente, este é o caso de um edifício que teve de ser projetado e erguido com a finalidade de viabilizar um anel viário. Era necessário um volume grande de dinheiro para promover desapropriações. A mudança em uma lei local possibilitou que entrassemos no projeto e construíssemos a via expressa e o prédio no mesmo espaço. Chamamos isto de 3D-road system”, explicou o engenheiro japonês.
Nasceu, então, o conceito de um prédio multifuncional, com hotel, áreas corporativas (escritórios e comércio) e residenciais. São 52 andares, mais 5 de subsolo, ocupando uma área construída de 244.360 m².
O túnel passa entre o edifício e os 5 níveis de subsolo, que servem como garagem e estacionamento, e também ajuda no reforço estrutural da torre. O projeto do edifício e do complexo viário utilizou estruturas mistas de aço e concreto e deu prioridade à construção industrializada.
As obras começaram em 2011 e finalizaram em junho de 2014. Somando o que foi empregado no complexo viário e no prédio, o consumo de concreto chegou a 118 mil m³.
 
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Sistema contra terremotos
Masayoshi Yuge revelou no seminário do SindusCon-SP que o Toranomon Hills conta com um sistema que suporta terremotos de até 7 graus na escala Richter.
“O prédio tem três tipos de amortecedores contra abalos sísmicos, que trabalham para impedir danos à estrutura. Há amortecedores de óleo, que também funcionam para reduzir o impacto dos ventos; amortecedores de freio e amortecedores deformáveis, que absorvem e dissipam a energia sísmica. Além destes sistemas, um isolante de borracha sobre o túnel evita impacto ao prédio. Mesmo que haja um acidente grave na estrada, os usuários do edifício não vão sentir”, disse o engenheiro-projetista.
O custo da obra ficou em aproximadamente 850 milhões de dólares (cerca de 2,3 bilhões de reais). Além de toda a tecnologia empregada em sua construção, o Toranomon Hills é considerado um case mundial da nova engenharia por promover a requalificação da área que ocupa. O edifício é todo cercado por uma área verde pública.
“As ilhas de calor são o grande problema de Tóquio. Temos dado nossa contribuição para mitigar isto”, afirmou Yuge.
“Plantamos diversas espécies no terraço e oferecemos educação ambiental. Além disso, guardamos a terra da escavação e a reutilizamos na jardinagem”, concluiu, apostando que o prédio será uma das atrações de Tóquio para as olimpíadas de 2020.

Entrevistado
Masayoshi Yuge, diretor da Mori Building Corporation
Contato: http://www.mori.co.jp/en/contact/
Créditos Fotos: Divulgação
Alexandre Ondir/SindusCon-SP
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330