O setor da construção civil deve crescer 4% em 2021, e esse pode se tornar o maior crescimento para a área desde 2013, segundo dados do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção, realizado no 2º trimestre do ano pela Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC). Mesmo com a pandemia da Covid-19, o segmento gerou, entre junho de 2020 e maio de 2021, 317.159 novas vagas de emprego, um crescimento de cerca de 15% em relação ao mesmo período no ano passado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O professor Carlos Henrique Barreiro, diretor do curso de Engenharia Civil da Uniube, em Uberlândia, explica que o setor da construção civil não parou na pandemia. O cenário atual de escassez de materiais e insumos para a construção indica que a demanda ainda está alta e o mercado aquecido.
“Esses investimentos em infraestrutura possuem cerca de R$ 250 bilhões em contratos de concessão. O Marco do Saneamento Básico no Brasil, sancionado em julho de 2020, possui uma meta ambiciosa de garantir, até 2033, que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto. Esses números trazem uma expectativa ainda maior para a cadeia produtiva da construção”, explica Barreiro.
Na região de Uberlândia, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Sinduscon – TAP) informa que só no primeiro trimestre de 2021 foram geradas 923 vagas na construção civil, com grande aumento de empreendimentos residenciais, em especial na zona sul da cidade que recebeu também hotel e condomínios.
Diante do cenário otimista, o professor Barreiro ressalta que a Engenharia Civil é uma das profissões mais requisitadas no mercado de trabalho brasileiro e registra um dos melhores salários entre os profissionais de nível superior. Além disso, a área também oferece uma alta taxa de ocupação, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Ipea realiza estudos rotineiros sobre a situação de mercado e já projeta carência de profissionais para os próximos anos.
Segundo a projeção, a carência de engenheiros não será pela falta de profissionais formados, mas sim pela falta de mão de obra qualificada. “Faculdades e Centros universitários que oferecem cursos de engenharia com pouca tradição e prestígio, com pouca ênfase em engenharia e com baixa carga horária nos currículos, corroboram com este fato”, atesta Barreiro.
O mundo atual, mais moderno e sustentável, exige do bacharel em Engenharia Civil um grande conhecimento sobre as mais recentes necessidades do ser humano e sobre o comportamento dos novos materiais – mais resistentes, menos poluentes, mais flexíveis e, obviamente, mais reutilizáveis. “Nosso curso já prepara o aluno nessa direção, considerando que há mais chances e oportunidades de mercado (destacam-se aqui as inúmeras oportunidades de emprego e trabalho disponíveis). Desse modo, na Uniube, é imprescindível formar profissionais para o presente, mas, sobretudo, prepará-lo para o futuro”, avalia o diretor do curso.
Crescimento nos serviços públicos
Um estudo recente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) e da auditoria KPMG indica que até 2033, os aportes necessários para a universalização do saneamento estarão na faixa de R$ 520 bilhões de investimento. Nesse cenário, Barreiro explica que ficará “impossível separar o crescimento sustentável da Engenharia Civil, tornando o cenário muito promissor para o Brasil e, principalmente, para a nossa região”, completa.
Em âmbito federal, o Ministério da Infraestrutura também prevê crescimento e uma série de leilões e concessões de rodovias, como os trechos das BR-116/493 (Rio de Janeiro - Minas Gerais) e BR-381/262 (Minas Gerais - Espírito Santo), a BR-116/101 – Via Dutra (Rio de Janeiro - São Paulo), de ferrovias e de aeroportos como de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) e do Porto de Santos, entre outros.