A licitação é especial por marcar a estreia da oferta de uma nova fronteira exploratória no Brasil, a de blocos que estão além das 200 milhas náuticas. O mercado está atento para saber como será o interesse e o apetite das petroleiras nesses ativos.
Ao todo, serão oferecidos três blocos que são cortados pela linha das 200 milhas, todos localizados na Bacia de Santos. Inclusive, essas são as áreas com maiores bônus de assinatura – com destaque para o bloco S-M-1617, que teve valor mínimo estipulado em R$ 122,2 milhões. De acordo com a ANP, algumas jazidas desses blocos podem estar localizadas além das 200 milhas náuticas, na extensão da Plataforma Continental brasileira, o que impõe a adoção de procedimentos específicos, nos termos da legislação aplicável.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse que com base em descobertas análogas do pré-sal e de acordo com estudos preliminares realizados pela agência, esses blocos podem ser bastante promissores, com volumes de petróleo superiores a 7 bilhões de barris. “Agora, eu venho dizendo, nas várias oportunidades em que sou convidado a me manifestar, que a minha perspectiva é de um otimismo realista, não só para esses blocos como para todas as ofertas de áreas neste ano”, afirmou.
De cara, parte do mercado já está feliz apenas com a iniciativa de realizar o certame. Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a continuidade do calendário de leilões de blocos exploratórios deve trazer renovações nas movimentações de negócio, com fortalecimento de parcerias estratégicas. A entidade acredita que o setor de petróleo e gás deve atrair até R$ 50 bilhões em novos investimentos para o Rio de Janeiro nos próximos três anos.
“Esses recursos são fundamentais para a retomada da economia fluminense, assim como ajudam na recuperação da indústria naval fluminense, já que os novos leilões permitem a entrada de novas operadoras, mas também o fortalecimento dos portfólios de investimentos das operadoras que já estão aqui”, avaliou a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso.
Nove empresas estão inscritas na 17ª Rodada: Petrobrás; Chevron; Shell; TotalEnergies; Ecopetrol; Murphy; Karoon; Wintershall Dea; e 3R Petroleum. O certame oferecerá os blocos no modelo de concessão, no qual as empresas ou consórcios vencedores são definidos por dois critérios: bônus de assinatura (80%) e programa exploratório mínimo – PEM (20%) oferecidos pelas licitantes.