Poço Monai
A Petrobras bateu o recorde de poço exploratório de petróleo mais profundo do Brasil, com 7,7 mil metros de profundidade.
A perfuração foi na região do pré-sal da Bacia do Espírito Santo, a 145 quilômetros (km) da costa, em uma área conhecida como Monai.
A perfuração também ultrapassou a maior camada de sal já perfurada no país, com 4.850 metros de espessura. A espessura usual da camada de sal em poços de petróleo no pré-sal da bacia de Santos, maior polo petrolífero pré-sal do planeta, gira em torno 2.000 a 2.200 metros.
Localizado em uma nova fronteira exploratória, o poço foi perfurado em um local com lâmina d'água - distância entre a superfície da água e o fundo do mar - de 2.366 metros.
O recorde anterior de profundidade era do poço Parati, um dos precursores da descoberta do pré-sal, perfurado em 2005, na Bacia de Santos, com 7.630 metros.
O poço Monai também superou outros recordes de perfuração no Brasil. Ele tornou-se o poço com maior extensão de fase única (segmento) em poço vertical/direcional no país, com cerca de 3.400 metros. Além disso, o poço também bateu o recorde de maior coluna detie-back, um tipo de tubulação de aço que conecta um trecho de tubulação no fundo do poço à "cabeça" do poço, instalada no fundo do mar - a coluna detie-backno poço Monai tem comprimento total de 4.300 metros.
Por fim, o poço Monai teve o maior peso de revestimento já descido em águas brasileiras, de 794 toneladas, o equivalente a cinco baleias azuis, o animal mais pesado do planeta. O revestimento é uma coluna de aço que reveste as paredes do poço para manter a sua estabilidade e integridade, evitando o desmoronamento das rochas para dentro do poço e atuando também como uma importante barreira de proteção contra vazamentos de fluidos para o meio externo.
Poço exploratório
Diferentemente de um poço produtor de petróleo, um poço exploratório tem como objetivo obter informações sobre as características das rochas perfuradas, sua geologia, pressões existentes e presença de reservatórios com petróleo ou gás.
A perfuração do poço pioneiro Monai obteve todas as informações geológicas esperadas para a avaliação adequada da área. Os dados obtidos estão sendo analisados para a definição do futuro do bloco ES-M-669, adquirido em 2013, na 11ª Rodada de Concessões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras é operadora no bloco com 40% de participação, enquanto Equinor e Total, que completam a formação do consórcio, têm 35% e 25% respectivamente.
As grandes profundidades alcançadas impuseram uma série de desafios técnicos. Em geral, quanto mais profunda a perfuração, mais compactas e densas são as rochas existentes. Para efeito de comparação, a velocidade de perfuração próxima ao leito marinho atinge cerca de 100 metros por hora. Em pontos muito profundos, como nas fases finais do Monai, a velocidade de perfuração caiu para menos de 5 metros por hora.
"O uso intensivo de tecnologia e a atuação eficiente das equipes envolvidas também permitiram que diminuíssemos em aproximadamente 50% o tempo de perfuração do poço, em comparação com a média histórica para projetos dessa natureza e complexidade, o que representa também uma redução de custos significativa," destacou João Henrique Rittershaussen, diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras.