Com a aprovação da Lei 14.273 que permite a exploração de linhas ferroviárias pela iniciativa privada, já foram apresentadas 78 solicitações de autorização para construção de novas ferrovias. Isso implicaria numa expansão de 21 mil km na malha ferroviária do país.
Aliadas ao projeto da “Ferrogrão”, que prevê a interligação entre os municípios de Sinop no Mato Grosso, ao distrito de Miritituba, no Pará, numa extensão de 933 km de trilhos, colocam a ferrovia como importante alternativa para a redução dos custos do transporte do agronegócio.
De acordo com Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) , a Ferrogrão tem capacidade de carregar até 2030, caso seja implementada, 20 milhões de toneladas, podendo chegar seu limite de 50 milhões de toneladas no final da concessão, que seria de 69 anos., transportando não apenas milho e soja mas também fertilizantes ,frete de retorno, açúcar, etanol e derivados de petróleo, entre outros produtos.
Uma composição da Ferrogrão tem capacidade para transportar 16 mil toneladas por viagem, o equivalente a 400 caminhões. “Entre os principais benefícios, o destaque vai para o custo de frete, com uma redução de R$19,2 bilhões segundo estimativa do Ministério da Infraestrutura, geração de 373 mil empregos também a redução de emissão de poluentes, estimadas em 800 mil toneladas de CO2 por ano, uma vez que substitui a transporte rodoviário em massa pela ferrovia”, destacou Elisangela.
Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA
A construção da Ferrogrão ainda enfrenta entraves jurídicos e o processo se encontra no Supremo Tribunal Federal, onde deverá ser julgado até o próximo dia 15 de junho, para que o leilão possa ser retomado.
“A justificativa é de que invadir áreas de terras indígenas e unidades de conservação, mas o mapa deixa bem claro, que as terras indígenas mais próximos estão a 47 Km da ferrovia, veja aqui do outro lado do rio e as e as demais terras indígenas estão cerca de 30 km e as unidades de conservação sofreram uma de 0,54%, o que não deve ser justificativa para impedir que esse projeto siga adiante”, explica Elisangela, durante participação no Painel “A Logística do Agronegócio”, evento virtual organizado pelo Instituto Logweb de Logística e Supply Chain.