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Recomendações para o uso dos drones agrícolas que aumentam a produtividade

Recomendações para o uso dos drones agrícolas que aumentam a produtividade

Os drones — também chamados de veículos aéreos não tripulados (VANTs) — ficaram conhecidos por seu uso recreativo. No entanto, com o aperfeiçoamento dessa tecnologia, sua utilização na agricultura vem ganhando espaço e revolucionando o agronegócio por aumentar a produtividade e até mesmo reduzir os custo de produção nas lavouras. Segundo estimativas, os drones agrícolas já representam cerca de 25% do faturamento global do indústria de veículos não tripulados — ficando atrás apenas do setor de infraestrutura —, e esse número tende a crescer nos próximos anos.

O que são drones?

No início, os primeiros drones eram usados para o treinamento de pilotos e outros fins militares (Reprodução/Internet)

Datando da Primeira Guerra Mundial, os primeiros drones eram usados para o treinamento de pilotos e outros fins militares. Apenas no início dos anos 2000 é que os drones ganharam destaque em outras áreas econômicas, como infraestrutura, transporte, segurança e, claro, a agricultura. Funcionando com o mesmo princípio dos carrinhos de controle remoto, os drones são controlados por meio de ondas de rádio enviadas do controle — comandado a partir da visualização de câmeras ou GPS em um display — até a aeronave.

De forma simplificada, os drones podem ser classificados de acordo ao tipo de propulsão, asa, comando e até ao peso de decolagem. Em relação à propulsão, os drones com propulsão própria podem ser à combustão ou elétricos, sendo esse segundo tipo mais comum devido à facilidade de operação. O tipo de asa de um drone está ligado intimamente a função que ele pode desempenhar (e obviamente ao seu custo). Os drones de asa fixa possuem elevada aerodinâmica, suportam cargas pesadas e podem voar por mais tempo, enquanto os drones de asa rotativa são mais simples e também mais baratos.

Os drones podem ser ainda remotamente comandadas, automáticas ou autônomas (Reprodução/Internet)

Essas aeronaves podem ser ainda remotamente comandadas, automáticas ou autônomas.

Os drones remotamente pilotados sofrem com a ação direta do piloto durante todo o percurso executado, sendo o tipo mais comum. Já os automáticos podem ser programados, possuindo planos de voos previamente definidos, mas seu comando pode ser assumido pelo piloto a qualquer momento, enquanto as autônomas não podem ser paradas após o início do plano de voo. No entanto, esse último tipo é proibido no Brasil.

Já em relação ao peso de decolagem, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) classifica-os em três classes de acordo ao peso máximo: os de classe 1 são de peso acima de 150 kg, os de classe 2 entre 25 kg e 150 kg e os de classe 3 possuem o peso máximo de até 25 kg.

Tipos de drones para agricultura e suas funções

E como os drones podem aprimorar as atividades agrícolas? Bom, primeiramente precisamos entender que os VANTs são muito versáteis. Cada modelo irá possuir diferentes classificações e desempenhar diferentes funções, que podem ir muito além de apenas filmar ou fotografar panoramas aéreos. No geral, existem três diferentes tipos de drones utilizados no ambiente agrícola, são eles:

Drone pulverizador

Um drone pulverizador pode carregar mais de 20 litros de produto de uma só vez (Reprodução/SkyDrones)

Os maiores drones do mercado são os pulverizadores, mas geralmente podem ser encontrados nas classes 2 e 3 de peso de decolagem, podendo carregar mais de 20 litros de produto de uma só vez. Substituindo os sistemas tradicionais de pulverização — manual, tratorizada ou aérea — um drone pulverizador utiliza lasers e ultrassons para mapear a topografia do terreno a ser pulverizado e aplicar os defensivos agrícolas com maior precisão.

Além de economizar produtos químicos devido a sua maior precisão frente aos demais sistemas — não há desperdício de produto e ele é aplicado onde é realmente necessário — e otimizar o tempo de operação em campo, o drone pulverizador pode atuar em locais de difícil acesso ou baixa disponibilidade de mão de obra, evitando também o risco de exposição das pessoas aos produtos utilizados.

Drone para mapeamento aéreo

Os drones de mapeamento aéreo são comuns nas lavouras e podem ser de asa fixa ou rotativa (Reprodução/Delair)

Os drones de mapeamento aéreo são comuns nas lavouras e podem ser de asa fixa ou rotativa. Eles utilizam diferentes tipos de sensores para gerar mapas dos terrenos cobrindo grandes áreas em um curto intervalo de tempo. Os mais comuns são os ópticos multiespectrais, no entanto, sensores ópticos hiperespectrais e até mesmo os sensores LiDAR já são utilizados.

Com a utilização desses mapas é possível identificar os índices de vegetação, avaliar as necessidades nutricionais e hídricas das plantas em pontos específicos das lavouras, fazer a contagem de plantas daninhas ou pragas e a demarcação de áreas de preservação ou de relevo. Dessa forma, é possível saber rapidamente quais áreas necessitam de replante, evitando a queda na produtividade e otimizando o rendimento da área plantada, saber número das culturas no campo, analisar então a eficiência do plantio e mensurar a colheita final com a utilização de software. Além disso, é possível, com base nesses mapas, gerir a aplicação de defensivos agrícolas, evitando desperdícios.

Drone para monitoramento

Os drones agrícolas com câmeras de alta qualidade e boa resolução podem ser utilizados para monitoramento sem a necessidade de softwares específicos. Eles podem ser utilizados para identificação de focos de incêndios, áreas desmatadas, nascentes de rios ou olhos d’água, áreas para aberturas de estradas, localização de rebanho perdido ou até mesmo para vigilância.

Custo-benefício do uso de drones agrícola

A utilização de drones agrícolas apresenta um ótimo custo-benefício principalmente por: redução de custo operacional, economia de defensivos químicos, aumento da produtividade no campo e comparação com outras tecnologias com o mesmo objetivo. Como os drones fazem uma visualização precisa das lavouras, é possível identificar as áreas que apresentam pragas ou ervas daninhas e aplicar agroquímicos apenas nessas regiões, totalizando uma economia de até 80% no gasto com os defensivos químicos.

Os drones reduzem o custo com o tempo de obra quando comparados com a agriculta convencional (Reprodução/Internet)

Os drones reduzem o custo com o tempo de obra quando comparados com a agriculta convencional. E quando falamos de imagens aéreas, por exemplo, um drone profissional para mapeamento automatizado, como o SenseFly eBee RTK, custa em torno de U$ 25 mil, enquanto um avião para o mesmo objetivo, como o Cessna 172, pode custar até doze vezes mais, estando na faixa de U$ 300 mil. Além disso, os custos de manutenção para um avião são bem elevados quando comparados a um drone.

E vamos aos preços! Como existem diferentes tipos de drones e diferentes classificações para eles, como visto anteriormente, há uma extensa faixa de preços para drones agrícolas. Os fatores que mais elevam o valor de um drone são: a sua capacidade de voo, o alcance — quanto ele consegue se afastar do controlador —, a resolução das imagens e a tecnologia ou os sensores embarcados.

Os drones para monitoramento e controle do campo através de imagens, possuem valores que variam de R$ 2 mil até R$ 50 mil, enquanto um drone pulverizador pode custar de R$ 70 mil até mais de R$ 200 mil, a depender da capacidade de transporte dos líquidos e da sua robustez.

Normas para uso de drones agrícolas

Existe uma série de regras para a utilização de drones para agricultura regulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Estabelecimento (Reprodução/Internet)

Existe uma série de regras para a utilização de drones para agricultura regulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Estabelecimento (Mapa), disponível na Portaria nº 298 de 2021. As principais regras segundo a portaria é que os aplicadores aeroagrícolas remotos precisam ser certificados pelo Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR) e a aeronave precisa ser registrada junto a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Além disso, é preciso possuir contrato social ou documento de comprovação de posse da área rural e apresentar um responsável técnico junto ao respectivo Conselho Profissional (no caso de pessoas jurídicas). Essas informações precisam ser comprovadas por meio de um requerimento de registro.

Normas para uso de drone pulverizador

Existem regras específicas para o uso de drone pulverizador (Reprodução/Internet)

Para um drone pulverizador, há ainda outras regras vigentes na portaria. É proibido a aplicação de agrotóxicos, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes em áreas a menos de 20 metros de agrupamentos de animais, mananciais de captação de água para abastecimento de população, reservas legais e áreas de preservação permanente. Essa regra também vale para povoações (cidades, vilas, bairros e moradias isoladas). Além disso, também é proibido sobrevoar essas áreas.

Na área de operação é necessário ter placa de sinalização visível com “CUIDADO! OPERAÇÃO COM DRONE”, extintor de incêndio, água para higiene pessoal e caixa de primeiros socorros, além do endereço e números de telefones de hospitais e centros de informações toxicológicas próximos. Os operadores precisam fazer uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), coletes ou faixas de sinalização.

Além disso, é preciso manter registro de dados dos drones agrícolas a cada aplicação de produtos químicos para fins de fiscalização no MAPA e relatório mensal de atividades do drone agrícola disponibilizado no SIPEAGRO (Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários) reunindo os dados gerais das aplicações realizadas durante o período

Quais modelos estão disponíveis no mercado?
DJI Agras MG-1

(Reprodução/Internet)

Esse modelo é um drone pulverizador de alto desempenho que conta com GPS de alta precisão, sensores anticolisão e um sistema de inteligência artificial que ajusta o volume de líquido distribuído conforme a velocidade do voo. Com ele, é possível definir a quantidade de produto químico a ser distribuído — sua capacidade é de 10 litros — de modo a automatizar a pulverização, que é, em média, de 4 hectares por hora.

SkyDrones Pelicano


(Reprodução/SkyDrones)

Esse drone pulverizador da SkyDrones pode aplicar 10 litros de defensivos agrícolas em um hectare durante 10 minutos, podendo chegar até 15 minutos de voo com a bateria totalmente carregada. O drone pelicano possui 6 bicos — com vazão de um litro por minuto — que permitem aplicação total ou pontual, de forma totalmente automática até mesmo em áreas de difícil acesso.

Daxi 10A e Daxi 50A


(Reprodução/Internet)

Desenvolvidos em uma parceria entre a XMobots e a Geo Agri Tecnologia Agrícola o drone Daxi é um drone pulverizador que possui funcionamento 100% automático, com o objetivo de pulverizar áreas previamente definidas, de risco ou difícil acesso. Ele está disponível em duas versões: o Daxi 10A, que pesa 25 kg e pode carregar aproximadamente 10 litros de produto por voo, e o Daxi 50A, que pesa 120 kg e pode carregar cerca de 50 litros de produto por voo.

ElevaSpray 150


(Reprodução/Eleva)

Produzido no Brasil pela Eleva, o ElevaSpray 150 é movido a combustível, possui tanque com alta capacidade de armazenamento — 75 litros — e é capaz de operar por até 2 horas, cobrindo um total de até 40 hectares durante seu tempo de operação. Com sensores de ultrassom para detecção de objetos no campo, esse modelo de drone pode ser utilizado também para aplicação noturna.

JT Sprayer 15-608


(Reprodução/Internet)

Esse drone pulverizador possui capacidade para até 15 litros de defensivos agrícolas, com eficiência para pulverizar 6 hectares por hora. No entanto, esse modelo à bateria possui baixa autonomia de voo, com uma média de apenas 15 minutos inviabilizando a sua utilização em grandes áreas.