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EVENTO

Para professora, se aumentar o volume de construções industrializadas, as escolas de engenharia se adaptarão

Assessoria de Imprensa - 18 de setembro de 2024 134 Visualizações
Para professora, se aumentar o volume de construções industrializadas, as escolas de engenharia se adaptarão

Crédito da foto: Arquivo ABCIC


“Devido a várias questões culturais, econômicas e sociais, a construção civil brasileira tem investido pouco na industrialização, em comparação com países desenvolvidos. No Brasil sempre se privilegiou a construção artesanal por empregar intensivamente mão de obra com baixa qualificação, sobretudo por motivos sociais. Porém, aqui, duas áreas reconheceram rapidamente as vantagens das construções industrializadas — as industriais e mais recentemente a de equipamentos urbanos, como escolas e hospitais. Temos ainda muito a explorar.” A afirmação é da arquiteta e urbanista Maria Augusta Justi Pisani, mestra e doutora em Engenharia Civil e Urbana pela Escola Politécnica da USP.

As questões relacionadas à construção industrializada e ao seu desenvolvimento no Brasil, assim como as mais modernas técnicas e insumos disponíveis, serão discutidos no Modern Construction Show - Feira Internacional da Construção Industrializada (MCS), pioneira feira de negócios que a Francal promoverá de 1a 3 de outubro no Distrito Anhembi, em São Paulo, juntamente com as entidades ABCEM, Abcic, ABRAMAT e ABCLS. Além de reunir dezenas de expositores, o Modern Construction Show vai ser palco de uma série de palestras a cargo de engenheiros, arquitetos, economistas e outros especialistas.

Segundo explica Maria Augusta, que é professora da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de mais rapidez a obra industrializada registra menos acidentes, já que emprega menos mão de obra — porém com maior qualificação — e a qualidade da montagem deve ser perfeita devido à impossibilidade de “ajustes” que são comuns na obra convencional.

A especialista discorda daqueles que apontam a falta de engenheiros com conhecimentos específicos sobre a industrialização da construção civil como fator para a pequena participação da industrialização no mix da construção. “O que acontece é a baixa demanda por parte das empresas. Se esta aumentar, a mão de obra especializada pode se adaptar rapidamente”, afirma.

Instada a mencionar escolas de engenharia e arquitetura que se destacam por investir na formação dos alunos na área da construção industrializada, Maria Augusta cita a Universidade de São Paulo, a Universidade Mackenzie e as universidades e institutos federais, que segundo ela oferecem cursos com qualidade e se atualizam constantemente, em especial aqueles que possuem pós-graduação nas referidas áreas. “A extensão (universitária) tem aumentado o papel de formação especializada na área”, comenta.

Ainda de acordo com a professora, para mais faculdades de engenharia e arquitetura modernizarem a grade curricular e inserirem disciplinas que contemplem a construção industrializada, é preciso haver mais demanda no mercado da construção civil. “Se a produção aumenta, as universidades, centros de pesquisa e de formação técnica profissional aumentam a formação na área. Não é a formação de especialistas que fará crescer a demanda pela construção industrializada; o que a fará aumentar é a vontade política, a revisão dos impostos que recaem sobre produtos industrializados”, conclui.