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OPINIÃO

Entidade expressa preocupação com rumos da política monetária

Assessoria de Imprensa - 19 de setembro de 2024 168 Visualizações
Entidade expressa preocupação com rumos da política monetária

A Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres), entidade que representa a indústria cerâmica no país, manifesta a sua preocupação a qualquer elevação da taxa Selic. O Brasil já possui uma das maiores taxas de juros reais no mundo, o que prejudica significativamente a indústria, os setores produtivos e a economia em geral, ao dificultar os investimentos, inibir o crescimento sustentável do país e reduzir a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.

O setor reconhece que há fatores que podem pressionar os índices de preços, contudo, é importante notar que a inflação em agosto de 2024 foi negativa, sinalizando um arrefecimento na alta. Além disso, mesmo com os desafios fiscais, o Brasil não se encontra em um cenário de dominância fiscal.

Também é relevante destacar que há uma tendência global de queda nas taxas de juros, impulsionada pela redução das taxas nos Estados Unidos. O Brasil busca recuperar sua competitividade global e a alta dos juros pode comprometer ainda mais a inserção da indústria nacional nos mercados internacionais.

Neste contexto, a entidade considera que não há justificativa para um aumento dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

Os investimentos industriais, essenciais para a retomada e crescimento mais vigoroso do PIB, seriam fortemente impactados pela elevação da taxa. Além disso, é crucial que o Brasil busque, de forma estrutural, taxas de juros reais mais equilibradas e compatíveis com o cenário internacional.

O atual patamar da Selic já representa um entrave significativo para o setor produtivo, dificultando o acesso ao crédito e encarecendo os custos operacionais das empresas. O impacto desse cenário se traduz na redução de investimentos em inovação, ampliação da capacidade produtiva e geração de empregos. Com o crédito mais caro, muitas empresas optam por adiar ou cancelar projetos de modernização e expansão, o que compromete a competitividade da indústria brasileira e afeta negativamente a balança comercial, ao reduzir a capacidade de exportação de produtos de maior valor agregado.

A elevação da Selic não só prejudica a retomada econômica, como também afeta diretamente o consumidor, que sofre com o aumento do custo do crédito e o encarecimento dos produtos.

A indústria de cerâmica para revestimentos e louças sanitárias, bem como outros setores produtivos brasileiros, dependem de um ambiente econômico estável e favorável ao investimento para manter suas operações, gerar empregos e inovar.

O momento atual requer prudência e responsabilidade na condução da política monetária. Para o Brasil voltar a trilhar um caminho de crescimento robusto e sustentável, é primordial que o Banco Central adote uma postura equilibrada e priorize medidas que estimulem a produção e o consumo.