Com a participação do Engenheiro Ambiental Vinicius Pedreira Coimbra, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e MBA em Gerenciamento de Projetos, o CTG ABINT discutiu sobre eficiência e qualidade dessa aplicação visando economia e sustentabilidade
Os geossintéticos são materiais amplamente aplicados em aterros visando a impermeabilização e evitando a contaminação de solo e de águas subterrâneas. As grandes companhias gestoras de aterros sanitários dominam as vantagens oferecidas por essa classe de produtos e, principalmente, sabem determinar as propriedades requeridas e como fazer ensaios para exigir a qualidade do material.
As geomembranas ganham maior destaque nesta aplicação, devido ao seu eficiente papel como barreira de fluxo. Também são usados geocompostos drenantes e geotêxteis para garantir a drenagem dos líquidos e a proteção das geomembranas, evitando que possam vir a ser perfuradas.
As geomembranas são vulneráveis à ação dos lixiviados (chorume) e, dessa forma, é importante que sejam bem entendidas e dimensionadas as propriedades do material, tais como resistência mecânica e resistência ao stress cracking, por exemplo.
Entre as vantagens, os geossintéticos são mais econômicos que outras soluções, pois reduzem a necessidade de espaço. A argila compactada usada nessa aplicação, por exemplo, tem uma espessura tal que faz com que o aterro perca em altura e tenha seu rendimento reduzido. Além de possuírem baixas espessuras, os geossintéticos contam com a capacidade de terem suas propriedades exigidas dimensionadas e selecionadas dentro de uma variedade de produtos, ou seja, a qualidade pode ser controlada em fábrica e o produto escolhido especificamente para a aplicação. Vide sua capacidade de retenção (muito maior na comparação com a argila compactada, por exemplo), tornando a solução muito mais sustentável.
Em relação às normas utilizadas na gestão de aterros sanitários, as principais são ABNT NBR 13896 - que define critérios para projeto, instalação e operação, ABNT NBR 16199 - para instalação de barreiras geossintéticas e que é tema da Cartilha 3 do Comitê Técnico de Geossintéticos da Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (CTG ABINT) e ABNT NBR 8418 - que define critérios para operação de aterros de resíduos perigosos. A legislação principal é a Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
Esse tema foi tratado pelo CTG ABINT em uma live realizada com o Engenheiro Ambiental Vinicius Pedreira Coimbra, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e MBA em Gerenciamento de Projetos. O entrevistado atua na Veolia Brasil e conta com experiência em operação de aterros sanitários, obras de instalação de geossintéticos, licenciamento ambiental e valorização de resíduos.
Durante a entrevista, foram discutidos os principais pontos sobre a aplicação de geossintéticos em obras desta natureza. De acordo com Coimbra, como os impactos associados a falhas de desempenho do material são muito elevados, é imprescindível que a qualidade do produto seja garantida.
A espessura das geomembranas nessa aplicação também foi tema da conversa. Segundo o Engenheiro, com exceção a aplicação na impermeabilização da base do aterro, as geomembranas de espessuras menores podem ser utilizadas, como por exemplo, nas coberturas temporárias dos resíduos até o recobrimento definitivo com solo de cada célula, que mede, em média, 5 metros de altura.