A partir da organização de uma coletânea de artigos técnicos que apresentam resultados práticos de projetos realizados pela FITec - Fundação para Inovações Tecnológicas - em parceria com diferentes empresas do setor elétrico brasileiro e publicados em diferentes momentos e fóruns do setor de energia, a engenheira Astrid Maria Carneiro Heinisch, diretora executiva da Fundação e professora da pós-graduação em Automação do Sistema Elétrico da PUC Minas Gerais, lança, juntamente com os mais cinco autores, o livro “Transição Energética e Tecnológica” voltado para o setor elétrico, por meio do qual propõe uma reflexão sobre esse assunto.
Assinam o livro, também como autores, os pesquisadores da FITec, Eugênio Lopes Daher, gerente de Projetos Sênior, especialista em Ciência da Computação e em Inteligência Artificial (IA); Leonardo Henrique de Melo Leite, doutor em Engenharia Elétrica e coordenador do Comitê de Estudos C6 do Cigre; Johnny J. Mafra Jr., mestre em Engenharia Elétrica, autor de patentes, e membro de Grupos de Trabalho da ABNT e do Inmetro -; Tamires Martins Rezende, engenheira de Automação e doutora e mestre em Engenharia Elétrica e Herbert de Oliveira Ramos, doutorando e mestre em Engenharia Elétrica e especialista em IA (Intelegiência Artificial). No livro, editado e comercializado pela Editora Pontes, são apresentados artigos científicos em português e inglês, mantendo os conteúdos na íntegra, conforme originalmente publicados.
Transição energética
A transição energética tem requerido esforços em nível global. A inovação tecnológica não é a razão para essa transição, mas é facilitadora desse processo, proporcionando o aumento da eficiência energética, uma maior participação de fontes de energia renováveis e, consequentemente, a diminuição das emissões de CO2. "Essa transição tecnológica remonta às iniciativas de Smart Grid (rede elétrica inteligente que integra os usuários para permitir que a energia seja distribuída de forma mais eficiente, econômica, sustentável e segura) há mais de uma década. Muitas delas trazem soluções importantes para esse processo e que puderam ser experimentadas e testadas no contexto de projetos práticos no setor elétrico e, em um processo evolutivo, adaptadas e aperfeiçoadas”, explica Astrid.
As soluções citadas pela autora são voltadas aos “Recursos Energéticos Distribuídos”, à “Tecnologia da Informação e Comunicação”, à “Medição Avançada” e à Segurança Cibernética” que, potencializadas por tecnologias como 5G, Visão Computacional, IA e Conectividade IoT (Internet das coisas) e uma vez aplicadas ao setor elétrico habilitarão a transição energética. De acordo com a autora e organizadora do livro, a visão da informação e do conhecimento como vantagem competitiva organizacional, aliada ao seu desdobramento em negócios que unem as capacidades de construir redes de informação e trabalhar inteligência de dados, potencializa cada vez mais a inovação habilitada pela tecnologia diante das incertezas. “A inovação é incorporada baseada na sua capacidade de quebrar barreiras e mudar estruturas setoriais. Nesse contexto, tem-se que a transição energética, em um comportamento multifacetado, além de se sustentar fortemente em iniciativas voltadas a novos modelos de negócios, aos aspectos culturais, às políticas governamentais, à regulamentação e às demandas tecnológicas para habilitar o setor elétrico, deve também manter a operação resiliente e segura da infraestrutura crítica de energia”, diz.