Imagem principal: Donald Trump, Sam Altman (OpenAI, no púlpito), Larry Elliot (Oracle) e Masayoshi Son (Softbank) durante o lançamento do programa Stargate.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, confirmou que não lançará mais a versão standalone do modelo multimodal o3. Por meio de uma publicação no seu perfil no X, o executivo afirmou que a empresa vai pular diretamente para o GPT 4.5.
“O nosso próximo lançamento será o GPT 4.5, o modelo que batizamos internamente como Orion, o nosso último modelo sem pensamento em cadeia (no-chain-of-thought model, no original em inglês)”, escreveu Altman, antes de confirmar em resposta para usuários que o 4.5 deve ser lançado em questão de semanas.
Apresentado em dezembro, o 03 estava programado para ser lançado neste primeiro trimestre de 2025. O intuito da mudança é unificar os modelos da série o e os modelos da família GPT ao criar sistemas que possam usar todas as ferramentas da OpenAI, de modo que seja eficiente para uma vasta gama de tarefas.
“Nós queremos que a inteligência artificial apenas funcione para você (usuário); nós percebemos o quão complicadas ficaram os nossos modelos e as nossas ofertas de produtos”, afirmou o executivo. “Nós odiamos a escolha por modelo tanto quanto você e nós queremos voltar com a mágica da inteligência unificada”, completou.
Com isso, o CEO confirmou ainda o GPT-5 como seu lançamento subsequente para API e para o app do ChatGPT (Android, iOS, Mac, Windows). Altman afirmou que o GPT-5 será um “sistema que integrará muito da tecnologia” da Open AI, o que incluirá o o3 neste arcabouço técnico, além das funcionalidades mais avançadas, como: modo de voz, canvas, busca e pesquisa avançada.
A partir do GPT-5, a conversação será ilimitada por padrão, porém, haverá limite de abuso, segundo Altman. Ou seja, se usar demais, será considerado abuso. Os assinantes do app nas categorias Pro e Plus ganharão “um nível mais alto de inteligência”, segundo o CEO. Sem dar detalhes, Altman estima que a versão cinco será lançada daqui a alguns meses.
OpenAI, uma Análise
Ainda bem que Sam Altman notou a bagunça que estava ficando. Qual modelo é mais ágil? Qual apresenta a resposta mais longa? Qual é melhor para pesquisa científica? Qual é melhor para automatizar tarefas? Era lançamento em cima de lançamento, em um ritmo que confundia do cientista ao consumidor comum. Isso abria brecha para rivais avançarem para um modelo multimodal.
No último ano foi muito comum ouvir de desenvolvedores e CTOs que usavam o GPT para uma tarefa, Claude para outra, Llama para complementar.
Esse episódio foi evidenciado recentemente pelo CEO da Scale AI, Alexandr Wang: “No começo do ano (2024), nós dizíamos que GPT-4 era o modelo mais avançado existente, mas vimos crescer Google, Anthropic e Grok em poucos meses. O que é bom para o ecossistema. Por isso, o avanço em IA recai em como executar e pesquisar quais modelos são melhores no dia a dia”, disse.
Também é importante uma simplificação nas ofertas e uma correção de rota, uma vez que o DeepSeek ligou o sinal vermelho no Vale do Silício. As companhias desenvolvedoras de modelos de IA generativa ficaram receosas não pelo fato de a DeepSeek alcançar o topo nas lojas de apps no seu primeiro mês, mas pelo preço baixo de desenvolvimento.
Enquanto uma carga de trabalho de 1 milhão de tokens custa a partir de US$ 0,75 na OpenAI, o rival chinês cobra a partir de US$ 0,07. Ou seja, o GPT é 10 vezes mais caro que o DeepSeek.