Etimologia
“Paraíba” é um termo de origem tupi que significa “mar ruim”, através da junção dos termos pará – “mar” e aiba – “ruim”
Nascente e percurso
O rio Paraíba do Sul é um rio brasileiro que banha os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O rio atravessa a conhecida região socioeconômica do Vale do Paraíba, sendo o rio mais importante do estado do Rio de Janeiro.
Considerando sua nascente mais afastada da foz, o rio Paraíba do Sul nasce na Serra da Bocaina, no Estado de São Paulo, com o nome de rio Paraitinga, recebendo o nome rio
Paraíba do Sul na confluência com o Paraibuna, na Represa de Paraibuna.
Perfaz um percurso total de 1.150 km, desde a nascente do rio Paraitinga até desaguar no Oceano Atlântico, na foz em Atafona na cidade de São João da Barra, no Norte Fluminense.
Da barragem do município de Paraibuna, segue para oeste, no município de Guararema, muda de direção, flui para o norte, e de Jacareí, segue para a divisa de São Paulo com
Rio de Janeiro, na sequência, atravessa o Estado do Rio de Janeiro, onde desagua no Oceano Atlântico.
Bacia do Paraíba, indústrias e um pouco de história
A bacia do Paraíba compreende uma área de 57 mil quilômetros quadrados e se estende pelos estados de São Paulo - 13.605 km2, Rio de Janeiro - 22.600 km2 e Minas Gerais - 20.500 km2 e tendo na área de abrangência 184 municípios, entre os quais 39 no estado de São Paulo, 57 no Rio de Janeiro e 88 em Minas Gerais.
A bacia do rio Paraíba do Sul tem como principais atividades econômicas os setores industrial e de agropecuária.
Trata-se de uma das regiões mais industrializadas do Brasil, contando com 8.500 indústrias instaladas e respondendo por 12% do Produto Interno Bruto do país. A população atendida pela bacia é de cerca de 5,5 milhões de habitantes, sendo: 2,4 milhões de pessoas no Rio de Janeiro, 1,3 milhão no estado de Minas Gerais e 1,8 milhão em São Paulo (AGEVAP, 2009, p. 20).
O médio vale do Paraíba foi a primeira grande região produtora de café no Brasil, com a economia baseada em latifúndios e no trabalho escravo.
Com a perda da primazia na produção cafeeira para o oeste paulista, seguiu-se uma estagnação econômica, sucedida por sua vez, a partir da fundação da Companhia
Siderúrgica Nacional, por um processo de industrialização que fez do vale uma das maiores regiões industriais do país.
A industrialização se concentrou na parte alta do vale, sendo mais relacionada à linha principal da Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, do que ao rio Paraíba propriamente dito, deixando de lado boa parte da região de desenvolvimento cafeeiro, principalmente as fazendas mais afastadas da ferrovia, depois suplantada em importância pela Rodovia Presidente Dutra.
Região da Mata Atlântica e estado ecológico crítico
Trata-se de território quase completamente antrópico, com a Mata Atlântica original restrita a parques e reservas florestais.
O próprio rio tem seu curso marcado por sucessivas represas, destinadas à provisão de água e eletricidade para as populações da bacia e também da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Em razão disso, o rio encontra-se hoje em estado ecológico crítico, com margens assoreadas e 40% da sua vazão desviada para o Rio Guandu.
Suas águas também são utilizadas para abastecimento industrial, preservação da flora e fauna e disposição final de esgotos.
Principais afluentes
Os principais afluentes do rio Paraíba do Sul são o Jaguari, o Buquira, o Paraibuna, o Piabanha, o Pomba e o Muriaé.
Esses dois últimos são os maiores e deságuam, respectivamente, a 140 e a 50 quilômetros da foz.
Sub - afluentes
Entre os sub-afluentes, está o rio Carangola, importante rio da bacia do rio Paraíba do Sul, posto que serve a duas unidades da federação, o Estado de Minas Gerais e o Estado do Rio de Janeiro.
Navegabilidade
Existe uma navegação incipiente feita por pequenas embarcações que transportam, essencialmente, material de construção para o município de Campos dos Goytacazes.
Bacia do rio Paraíba do Sul
Rio Paraíba do Sul
Classe 1: Cabeceiras – Barragem de Santa Branca
Classe 2: Barragem de Santa Branca – cidade de Campos
Classe 3: Cidade de Campos – Foz
Rio Paraibuna
Classe 1: Cabeceiras – Barragem de Chapéu d’Uvas
Classe 2: Paraibuna Barragem de Chapéu d’Uvas – Foz
Rio Preto
Classe 1: Cabeceiras – Foz do rio da Prata
Classe 2: Foz do rio da Prata – Foz
Rio Pomba
Classe 2: Cabeceiras – Foz
Rio Muriaé
Classe 2: Cabeceiras – Foz
Rio Pirapetinga
Classe 2: Cabeceiras – Foz
Rio Bananal
Classe 1: Cabeceiras – Cidade de Bananal
Classe 2: Cidade de Bananal – Foz
Rio Carangola
Classe 2: Cabeceiras – Foz
Referência bibliográfica: MINISTÉRIO DO INTERIOR (1981). Classificação dos cursos d’água da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Portaria GM n. 86, de 04 de junho de 1981.
Navegabilidade
Atualmente, somente dois trechos do Paraíba do Sul podem ser navegados: o trecho inferior e o médio superior. O trecho inferior, entre a foz e São Fidélis, numa extensão de aproximadamente 90 km, possui uma declividade de 22 cm/km.
Existe uma navegação incipiente feita por pequenas embarcações que transportam, essencialmente, material de construção para o município de Campos dos Goytacazes.
No trecho médio superior, entre Cachoeira Paulista e Guararema, numa extensão de aproximadamente 280 km, apesar da pequena declividade de 19 cm/km, a navegação restringe-se a embarcações de turismo.
Diversos acidentes prejudicam a navegação no Paraíba do Sul: saltos, corredeiras, trechos de forte declividade, bem como obras efetuadas para fins hidrelétricos sem previsão de transposição de níveis.
Outros fatores impeditivos são a existência de um número apreciável de pontes rodoviárias e ferroviárias, a proximidade de rodovias e ferrovias margeando o rio e a localização de várias cidades junto às suas margens.
Poluição e degradação ambiental
O Rio Paraíba do Sul recebe atualmente o esgoto da maioria dos municípios pelos quais passa.
Um estudo recente desenvolvido pela Universidade de Taubaté (UNITAU) revelou que o rio possui um alto nível de poluentes, que apresentam riscos de danos genéticos e de câncer em organismos aquáticos e humanos.
A pesquisa abrangeu a coleta e a análise de amostras de água, no período de três anos, nos municípios de Tremembé e Aparecida, que são as áreas mais poluídas do trecho paulista.
Os resultados apontaram para a presença de substâncias que são tóxicas às células, como metais pesados (principalmente alumínio e ferro), inseticidas e herbicidas, substâncias danosas ao ecossistema. Seu efeito principal é a perda de diversidade biológica no rio.
No homem, por meio da Magnificação trófica, pode causar patologias, chegando a casos de câncer.
Dentre os agentes poluidores, como os resíduos industriais, extrativistas, da pecuária e da agricultura, existe os danos causados pela extração mineral de areia, que altera o curso do rio, derruba suas matas ciliares além de causar maior assoreamento, contribuindo assim para uma menor navegabilidade, para uma menor vazão de água (o problema das enchentes), o que dificulta a recuperação do rio em todo o seu curso, contudo, estudos apontam como sendo o problema mais preocupante o esgoto urbano. Caçapava (SP) é uma das cidades na qual a extração de areia para a construção civil ainda é permitida.
São José dos Campos
É o maior município da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
O rio atravessa transversalmente o município e apresenta na margem esquerda afluentes com maior volume de água que os da margem direita.
Entre os da margem esquerda destacam-se os rio Jaguari e Buquira, enquanto que os afluentes da margem direita, se não apresentam grande volume de água, têm importância porque percorrem toda a malha urbana e constituem parte do sistema de drenagem do município.
Os de maior destaque são os rios Comprido, Pararangaba e Alambari, além do Córrego Vidoca.
Dentro da rica rede hidrográfica que tem suas nascentes no município, importante fonte para o abastecimento da população e da pecuária, destaca-se a existência do Rio do
Peixe, afluente do Rio Jaguari, que tem extensa bacia hidrográfica.
Percorrendo parte da região do município, suas águas drenam cerca de 25% da bacia do reservatório do rio Jaguari, para a regularização do Rio Paraíba do Sul, produção de energia elétrica, e também utilizada para lazer e turismo da região.
Usina hidrelétrica Jaguari – Represa
A Usina Hidrelétrica Jaguari está localizada entre os municípios de Jacareí e São José dos Campos, seu acesso é pela Rodovia Presidente Dutra, km 165. Sua potência instalada é de 27,6 MW, distribuída por duas unidades geradoras com turbinas Francis.
O reservatório tem 56 km2 de extensão e tem como principal finalidaded permitir o controle da vazão do Rio Parnaíba, que é o fornecedor de água para varias cidades do Vale do Paraíba, tanto no Estado de São Paulo como no Rio de Janeiro.
Fonte: CESP – Companhia Energética de São Paulo - 2011