Paredes de concreto já dominam Minha Casa Minha Vida
Dados da Caixa Econômica Federal mostram que o sistema construtivo que utiliza paredes de concreto moldadas no local da obra tem prevalecido no programa Minha Casa Minha Vida. Em 2014, a tecnologia estava presente em 36% das unidades produzidas. A partir do segundo semestre de 2015, o percentual cresceu para 52%.
Três fatores influenciaram neste predomínio em relação a outros sistemas construtivos: a agilidade que ele empresta à obra, principalmente para contratos que envolvem mais de mil unidades; a credibilidade da tecnologia, reforçada depois da publicação da norma técnica ABNT NBR 16055:2012 (Parede de concreto moldada “in loco” para a construção de edificações – Requisitos e Procedimentos), e o trabalho da ABCP em propagá-la.
O grupo paredes de concreto foi instalado na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em 2007. Em função da demanda do Minha Casa Minha Vida, que começava a ser implantado, a Caixa Econômica Federal pediu um estudo de viabilidade sobre a tecnologia, o que desencadeou o desenvolvimento de uma norma brasileira específica para o sistema construtivo.
Por ser também um método considerado inovador, as paredes de concreto moldadas no local da obra precisaram se submeter a ensaios do SINAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica), a fim de que fossem acreditadas e pudessem entrar no rol de sistemas construtivos com direito a requerer financiamento. Superada essa fase, a tecnologia se transformou no modelo melhor acabado de industrialização na construção civil nacional.
Paredes de concreto para a construção de casas e prédios voltados para o programa Minha Casa Minha Vida tornaram-se dominantes, principalmente para as construtoras que atuam nas regiões norte e nordeste do país. Sobretudo, as que trabalham com larga escala, o que faz com que o custo das fôrmas se dilua no volume da obra. Um exemplo é a maranhense Canopus, que há sete anos atua para o programa habitacional.
Mais rapidez, menos desperdício
A empresa já construiu 15 mil casas, mas em 2015 aderiu à tecnologia de paredes de concreto para viabilizar as 1.414 unidades do conjunto Morada do Sol, em São Luís-MA. Pelo cronograma, as habitações, que começaram a ser construídas em abril de 2015, devem se entregues em dezembro de 2016. “Com toda a crise que o mercado está passando, tivemos que buscar alternativas de redução de custo, além de agilidade dos processos”, diz Brenno Santiago, diretor de Engenharia da Canopus.
Para ganhar tempo e não depender da logística para receber o concreto no local da obra, a empresa instalou uma planta de concretagem compacta. “Temos uma demanda de aproximadamente 200 m³ de concreto por dia. Não poderíamos deixar de concretar, pois o prejuízo seria de cerca de oito mil reais diários. Isso sem contar outros fatores, como mão de obra parada”, explica o gerente de obras Anderson Farias.
Com a ativação da própria planta, a empresa deixou de adquirir concreto de fornecedores da região, evitando desperdício do produto, inclusive com as etapas de carregamento e descarregamento das betoneiras. Com essa medida, aliada ao sistema de fôrmas para paredes de concreto, conseguiu os seguintes ganhos: padronização, redução de 20% na mão de obra e economia de 30% no consumo de concreto. “Hoje, pensar em Minha Casa Minha Vida sem essa tecnologia é impossível”, finaliza Brenno Santiago.
Entrevistados
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Núcleo de Referência Paredes de Concreto e Canopus Construções (via assessoria de imprensa)
Contatos
comunicacao@abcp.org.br
www.nucleoparededeconcreto.com.br
contato@canopusconstrucoes.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Prefeitura de Ilhéus
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330