Indústria da construção civil abre portas à inovação
Criada em 2013, a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) selou no Concrete Show 2016 o primeiro convênio com o setor da construção civil. O acordo vai permitir que a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) receba R$ 30 milhões para investir no desenvolvimento de materiais e produtos sustentáveis, os quais, em parceria com os fabricantes, têm o prazo de seis anos para chegar ao mercado.
A associação entre EMBRAPII e Poli-USP abre as portas da construção civil para a inovação, com o compromisso de que os materiais desenvolvidos tenham uma “pegada” ecoeficiente. Por isso, o coordenador do projeto será o engenheiro civil e professor-doutor Vanderley John, atuante em temas abrigados sob o guarda-chuva da construção sustentável. Seu trabalho será prospectar empresas que queiram atuar em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
A parceria com a EMBRAPII vai permitir que a indústria da construção possa aderir ao projeto, diluindo os riscos do investimento. Para cada projeto aprovado, as despesas serão divididas entre EMBRAPII, Poli-USP e a empresa beneficiada. Além disso, a Poli-USP colocará à disposição suas competências em recursos humanos e infraestrutura laboratorial. “É uma oportunidade de fazer a universidade cumprir seu papel no século 21, que é interagir com a sociedade”, disse o vice-reitor da USP, Vahan Agopyan.
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) atuará como parceira do projeto para ajudar na prospecção de empresas, como assegurou a diretora-técnica Laura Marcellini. Da mesma forma, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) integra o projeto. “A indústria de cimento do Brasil é a mais ecoeficiente do mundo, mas queremos melhorar nossos parâmetros”, afirmou o presidente da ABCP, Renato Giusti, lembrando que o setor é modelar em ações de coprocessamento.
Reaproveitamento de materiais
O diretor da Poli-USP, professor José Roberto Castilho Piqueira, ressaltou a importância do convênio diante do cenário de esgotamento de matéria-prima, de fontes de energia e de recursos hídricos. “É fundamental que o meio acadêmico se preocupe com a obtenção de novas soluções que envolvem reaproveitamento de materiais e de insumos já utilizados e que esse reaproveitamento seja eficiente, traga economia, qualidade e durabilidade dos novos materiais a serem desenvolvidos”, apontou.
Para acordos como o realizado com a Poli-USP, a EMBRAPII segue o seguinte modelo de investimento: desembolso de até 1/3 das despesas do projeto, enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a instituição de pesquisa científica e tecnológica, que pode ser pública ou privada. “Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional”, justifica o diretor-presidente da EMBRAPII, Jorge Almeida Guimarães.
Entrevistados
– Vice-reitor da Universidade de São Paulo, Vahan Agopyan
– Diretora-técnica da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), Laura Marcellini
– Presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Renato Giusti
– Diretor da Poli-USP, professor José Roberto Castilho Piqueira
– Diretor-presidente da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Jorge Almeida Guimarães
Contato
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Crédito Foto: Divulgação/Poli-USP Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330