Turquia inaugura ponte mais tecnológica da Europa
No final de junho de 2016, foi inaugurada na Turquia a Oman Gazi Bridge. A ponte com 2.682 metros de comprimento tem 1.550 metros de vão central. Erguida sobre a baía de Izmit, no noroeste do país, trata-se da quarta maior ponte pênsil do mundo. Mas o que impressiona é o conjunto de tecnologias empreendidas em sua concepção. Executada pela gigante japonesa IHI Corporation, a obra usou sistemas mistos de concreto e aço, seguindo o projeto arquitetônico idealizado pelo escritório dinamarquês COWI.
Os pilares e as estruturas que sustentam as cabeceiras da ponte são em concreto e os tabuleiros em aço. Foram consumidas 85.000 toneladas de aço e 125 mil m³ de concreto para erguer a Oman Gazi Bridge. A ponte custou o equivalente a US$ 1 bilhão e deve se pagar em cinco anos. Construída com recursos privados, e concessão de 22 anos, a Oman Gazi Bridge é pedagiada e já recebe fluxo diário de 40 mil veículos.
Sua construção foi viabilizada por um programa de privatização de rodovias iniciado em 2013 pelo governo da Turquia. Até agora, já foram investidos US$ 7,3 bilhões em recuperação de estradas e construção de novas infraestruturas rodoviárias no país. Estão previstos investimentos em mais 200 pontes. Nenhuma, porém, com a tecnologia embarcada na Oman Gazi Bridge, que transformou a viagem de 1 hora e 20 minutos, entre uma extremidade e outra da baía de Izmit, em um percurso de 6 minutos.
A Oman Gazi Bridge faz parte de um complexo rodoviário de 409 quilômetros, que liga Istambul, maior cidade da Turquia, a Izmir, a terceira mais populosa do país. Seu projeto, com tabuleiros de aço, conectados como se fossem peças de Lego, foi pensado para que a estrutura resista a terremotos. A região onde foi construída é propensa a tremores e, por isso, a ponte é monitorada 24 horas por 390 sensores instalados em pontos estratégicos para detectar vibrações.
Controle da umidade
Além disso, possui sensores que indicam o grau de umidade e risco de corrosão nas peças de aço. Internamente, cada tabuleiro possui estabilizadores climáticos, que não deixam passar de 40% o grau de umidade dentro de cada estrutura. Tanto os pilares de aço – assentados sobre bases de concreto – quanto os pilares de concreto foram projetados para resistir tremores. A solução encontrada foi fazê-los repousar sobre “camas de cascalhos”, as quais funcionam como colchões em caso de terremoto, aplacando a transferência de energia sísmica para a estrutura da ponte.
O projeto arquitetônico também agregou conceitos aerodinâmicos à Oman Gazi Bridge, para que ela tenha mais estabilidade e resistência aos ventos. Com seis pistas (três em cada sentido), a ponte levou 42 meses para ser construída. Boa parte de sua estrutura é pré-fabricada e foi apenas montada no local. Os tabuleiros, por exemplo, foram concebidos na Romênia.
Entre as maiores pontes suspensas do mundo, ela só perde em tamanho para a Akashi-Kaikyo, na cidade de Kobe, no Japão, que tem 3.911 metros de comprimento total e 1.991 metros de vão central. É inferior também à Xihoumen, no arquipélago de Zhoushan, na China, e que possui 2.600 metros de comprimento e vão central de 1.650 metros. Fica abaixo ainda da Great Belt Bridge, na Dinamarca, que tem vão central de 1.600 metros e 6.790 metros de comprimento.
Entrevistados
IHI Corporation (via assessoria de imprensa)
COWI (via assessoria de imprensa)
Contatos
info@ihi.co.jp
chhm@cowi.com
Créditos Fotos: Divulgação/IHI Corp e siemens.com/press
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330