Quanto tempo os paulistanos gastam por dia, em média, no trânsito? Qual o nível de satisfação dos usuários do transporte público? Qual a opinião do paulistano sobre as redução da velocidade nas vias da cidade e sobre as ciclovias e faixas de ônibus? Essas e outras questões integram a Pesquisa sobre Mobilidade Urbana que a Rede Nossa São Paulo lança nesta segunda-feira (19/9), às vésperas do Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).
O levantamento de percepção dos moradores da capital paulista, realizado pelo Ibope Inteligência, está em sua décima edição.
Foram entrevistados 602 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais, entre os dias 23 de agosto e 1 de setembro.
A pesquisa também aborda a percepção dos paulistanos sobre os principais problemas da cidade e questões específicas sobre a poluição.
Durante o evento, a Rede Nossa São Paulo também divulgou oManifesto em Defesa da Vida – Não Corra, Não Mate, Não Morra.
O documento afirma que “dezenas de organizações da sociedade civil apoiam a diminuição da velocidade nas ruas de São Paulo, a implantação de ciclovias e a valorização do pedestre e do transporte público. Assim como também apoiam e cobram o controle sobre as emissões veiculares”.
Entre as principais conclusões da Pesquisa sobre Mobilidade Urbana estão:
– 92% dos entrevistados (ante 90% de 2015) são a favor de mais corredores ou faixas de ônibus. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 90%.
– 88% (idem resultado anterior) são favoráveis à aplicação de multa para quem invade a faixa de pedestres. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 93%.
– A abertura de ruas e avenidas aos pedestres, como a Paulista, é apoiada por 76% dos entrevistados. No ano passado, 64% disseram ser favoráveis.
– Também cresce a aprovação para a construção e ampliação de ciclovias: passou de 59%, no ano passado, para 68%. neste ano.
– Redução da velocidade máxima: 50% afirmaram ser contra, 47% a favor. No ano passado, 43% eram favoráveis e 53%, contrários. Entre quem nunca utiliza o carro, 54% aprovam a medida.
– A Saúde continua em primeiro lugar como a “área mais problemática da cidade”, com 58% de menções. O destaque está para “desemprego”, que passou de quarto para segundo lugar, com 49% das menções. Em terceiro, “segurança pública”, com 44%. O “trânsito” caiu do quinto para o sexto lugar, baixando de 29% para 18% das menções. “Transporte coletivo” aparece em quinto lugar entre as preocupações dos paulistanos, com 19%.
– No geral, o nível de satisfação com aspectos, áreas e serviços de locomoção em São Paulo melhorou, seguindo uma tendência desde 2008. A maior nota ficou para “quantidade de faixa de pedestres” (5,5). A nota de “transporte público” passou de 4,5 para 5,1; “aplicação das leis do trânsito”, de 4 para 4,5; “tempo gasto para se deslocar da cidade”, de 4 para 4,2; e a “situação do trânsito na cidade”, de 2,9 para 3,2.
– Poluição: 64% dos entrevistados afirmam que tiveram problemas de saúde (ou alguém da sua casa) relacionados à poluição do ar. No ano passado, eram 62%.
– Tempo: o tempo médio diário para a atividade principal ficou em 2h01. No ano passado, era 1h44. Em 2016, 33% dos paulistanos gastam entre 1 e 2 horas para ir e voltar do trabalho ou escola; e outros 30%, mais de 2 horas. Entre os que usam carro todos ou quase todos os dias, a média ficou em 1h59. Entre os usuários de transporte público, 2h12.
– O tempo médio gasto no trânsito para realizar todos os deslocamentos diários ficou em 2h58. No ano passado, eram 2h38. Entre quem usa carro todos ou quase todos os dias, o tempo médio ficou em 3h06. Entre quem utiliza transporte público, 3h11.
– Posse de automóvel: 60% dos entrevistados afirmam ter carro em casa. O resultado vem se mantendo no mesmo patamar desde 2014. Em 2009, eram 50%.
– 34% dos entrevistados afirmam utilizar carros todos os dias, mesmo que de carona ou de táxi. No ano passado, eram 32%.
– Frequência do uso do automóvel nos últimos 12 meses: 49% dizem que usam o carro com “menor frequência”; 27% afirmam que usam com “frequência igual”; e 22%, com “maior frequência”. A pergunta é inédita e, portanto, não há resultados anteriores.
– 51% dos entrevistados “com certeza” deixariam de utilizar o carro se tivessem “melhor alternativa de transporte”. No ano passado, eram 52%.
– 21% disseram que já andaram de bicicletas nas ciclovias ou ciclofaixas. 15% se sentem “muito seguros” ou “seguros” nesses locais e 76%, “nada seguros” ou “pouco seguros”. Entre os que já utilizaram as ciclovias ou ciclofaixas, 30% consideram “seguras” ou “muito seguras”. E 17% avaliam como “nada seguras”.
– Medidas mais importantes para a melhoria da mobilidade: para 45%, “melhorar a qualidade do transporte por metrô”; para 45%, “construir mais linhas de metrô ou ampliar as já existentes”; para 41%, “melhorar a qualidade do transporte por ônibus”.
– As faixas de pedestres estão “mais respeitadas” na opinião de 45% dos entrevistados. No ano passado, eram 40% e em 2011, 26%.