Em meses poderemos ter regulação favorável, diz Parente sobre pré-sal
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta terçafeira, após apresentar o planejamento estratégico da companhia para o período 20172021 ao presidente Michel Temer, que espera para os próximos meses um quadro regulatório mais favorável para a empresa. A situação envolveria o fim da obrigatoriedade de participação na exploração do présal. O executivo destacou que há também outras questões regulatórias sobre as quais o governo está se debruçando. “É uma questão de meses para que tenhamos um quadro regulatório mais favorável. E não tenho a menor dúvida que é uma área que pode ter uma resposta muito rápida em termos de investimentos”, disse Parente, acrescentando que as mudanças esperadas propiciarão melhores condições de atrair investimentos. De acordo com o presidente da Petrobras, foram apresentadas a Temer questões relevantes para o setor no paí, que, em sua avaliação, pode dar uma resposta rápida em termos de investimentos caso haja um quadro regulatório mais adequado. Em sua avaliação, a empresa como um todo só tem a ganhar com o fim da exclusividade sobre o présal, disse Parente. “Em vez de ter uma obrigação, ter a opção de fazer. Defendemos isso, sim. Mas isso não é importante só para a empresa. A gente sabe que a empresa hoje vive um momento importante de restrições financeiras e, se somos obrigados a participar de todos os campos, não vamos ter recursos para isso”, disse o executivo. “Para o país e para a atração de investimentos (...) é importante ter outros players que se interessem em fazer esses investimentos”, afirmou. Parente destacou que o plano apresentado tem o horizonte de dois anos com redução mais rápida da dívida da empresa e de três anos para a retomada de crescimento da Petrobras. De acordo com ele, ao fim desse período de cinco anos, a estatal estará produzindo cerca de 3,4 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia. Paridade internacional e Liquigás Segundo Parente, a empresa ainda debate internamente uma política de preços de combustíveis a ser executada em paridade com as referências internacionais embora esse pressuposto não signifique uma direção única para os valores, disse. “Essa política de preços de combustíveis é um tema empresarial e estamos discutindo internamente. Essa política terá como referência a paridade internacional e, tão logo essa discussão esteja concluída, informaremos”, disse Parente. “O que é importante ressaltar é que, sendo uma política que tem como referência a paridade internacional, a direção da mudança de preços não é única. Não é só para subir. Pode ser para descer também. Mas não há uma decisão nesse sentido”, afirmou. Ao término da entrevista, concedida após encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente da Petrobras evitou responder a questionamentos sobre se já há um cronograma definido para a venda da Liquigás.