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Os 4Q que podem definir o sucesso de uma construção

Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé - 29 de setembro de 2016 1264 Visualizações
Com 40 anos de experiência em engenharia civil, Francisco Paulo Graziano revelou na mais recente edição do Concrete Show que o sucesso de uma obra depende de quatro frentes: o projeto, a documentação, a fiscalização e os materiais. São os chamados quatro índices de qualidade, que, para ele, devem andar juntos. Quanto mais interação houver entre esses fatores, menor a probabilidade da construção correr riscos. Por outro lado, o não atendimento aos 4Q pode gerar falta de atenção ao escopo completo do projeto, o que resulta em retrabalho, estouro no orçamento e, na pior das hipóteses, risco ao empreendimento.
Graziano afirma que, para minimizar riscos na atividade da engenharia, é preciso investir em conhecimento. Sobretudo, para se conceber um projeto. “Resumidamente, o que é um projeto? É uma ferramenta que reduz os riscos técnicos em uma obra. Com ele, aumenta-se a segurança e diminuem-se as variáveis aleatórias. O projeto é a garantia de que o que se planejou é o que será executado. Aí, entram conhecimento e experiência do projetista, que precisa levar em conta o maior número de parâmetros possíveis. Inclusive, detalhes como a locação da obra. Parece inverossímil, mas já vi projetos terem de ser refeitos por não levarem em conta as dimensões da área, invadindo o terreno do vizinho”, alerta.
O experiente engenheiro-projetista lembra que uma obra deve retroalimentar o projeto. “Isto se faz com uma documentação precisa do projeto, detalhando cada uma das etapas. Projeto bem concebido, mas com documentação errônea, não adianta nada. Friso: o projeto tem que estar bem documentado. Detalhes técnicos precisam ser explicados à obra. Caso contrário, geram patologias graves. Em um bom projeto, pelo menos 120 itens devem estar bem documentados. Mas também não adianta apenas uma boa documentação. É preciso maturidade da equipe para conferir se a obra caminha com exatidão, de acordo com o projeto. Aí entra a fiscalização”, ressalta.
 
Gogó de ema
Entre os 4Q, fiscalizar a obra é predominantemente importante. Em sua palestra, Francisco Paulo Graziano destaca que não existe meio-termo neste item. “Ou se faz ou não se faz fiscalização. É preciso criar uma rotina de métodos de avaliação, que vão desde a verificação das armaduras, passando pelo controle do antes e do depois da concretagem, até a qualidade dos fornecedores. Para isso, é preciso valorizar a área técnica e ter um bom banco de dados para que erros verificados em obras anteriores não se repitam. Infelizmente, está cheio de construções com ‘gogós de ema’ por aí”, diz. Gogó de ema, no jargão da construção civil, são improvisações nas armaduras, que acabam afetando pilares e lajes.
Por fim, sobre o controle de qualidade dos materiais, Graziano ensina que eles precisam atender às especificações e normas técnicas, além de ter qualidade no transporte e no armazenamento. “É importante também ter acesso a ensaios que comprovem a capacidade mecânica dos materiais e a sua durabilidade”, afirma. O engenheiro destaca ainda que não existe obra 100% segura, mas há meios de garantir que ela tenha qualidade, confiabilidade e durabilidade. “Não se deve apenas levar em conta o custo da execução da obra, mas a sua vida útil e o que ela vai representar para a imagem de quem a projetou e a construiu”, recomenda.
 
Entrevistado
Engenheiro civil Francisco Paulo Graziano, com 40 anos de experiência em projetos e estruturas de concreto. É sócio-diretor da Pasqua & Graziano Consultoria.
 
Contato
engenharia@pasquaegraziano.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. de Cimento Itambé