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Desafio dos prefeitos eleitos: mais calçadas, menos ruas

Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé - 24 de novembro de 2016 1013 Visualizações
Desafio dos prefeitos eleitos: mais calçadas, menos ruas
Tendência mundial, as ruas-calçadas tornam-se desafio para os prefeitos eleitos recentemente no Brasil, e que dia 1º de janeiro assumem seus cargos. Se houver boa vontade dos novos governantes, exemplos não faltam de cidades que transformaram antigas áreas dedicadas aos carros em espaços em que a prioridade passou a ser o pedestre. Em São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos, nem é mais o poder público quem define quais ruas devem ser transformadas em boulevards ou não. A decisão está a cargo de uma ONG chamada SPUR (Associação de Pesquisa e Planejamento Urbano de São Francisco).
A ONG elabora estratégias que procuram melhorar a qualidade de vida urbana nas cidades que integram a baía de São Francisco. Para redefinir o urbanismo de uma área, ela parte de 7 princípios: 1. Circulação de pedestres; 2. Comércio interagindo com pessoas; 3. Bom uso dos espaços públicos; 4. Estacionamentos invisíveis para carros; 5. Edifícios com área de circulação para pedestres; 6. Mais praças e parques, e 7. Ruas com calçadas e ciclovias. “Valorizar o pedestre faz com que ele crie intimidade com o lugar e, consequentemente, torne mais confortável o ambiente”, diz Benjamin Grant, um dos urbanistas que integram a SPUR.
Os conceitos da ONG coincidem com estudos desenvolvidos por um grupo de universidades nos Estados Unidos, na Espanha, em Portugal, no Canadá e na Alemanha, e que passaram a influenciar gestores públicos nestes países. A pesquisa cria parâmetros para a reurbanização de ruas e espaços públicos, levando em conta a quantidade de edifícios no entorno, o mobiliário urbano e o fluxo de pessoas. O levantamento “multiacadêmico” também mede o impacto da reurbanização na qualidade de vida e até a influência na cura de doenças da mente, como a depressão, por exemplo.
 
Porto Maravilha
No Brasil, o melhor exemplo de reurbanização que retirou o carro de circulação para investir no pedestre está no Rio de Janeiro. Reconhecido como principal legado dos jogos olímpicos para a cidade, o Porto Maravilha transformou a região da Praça Mauá e da avenida Rio Branco, no centro do Rio, dando vida a uma área que estava degradada na capital fluminense. A reforma se inspirou em transformações realizadas em Barcelona, na Espanha; na High Line, em Nova York; no Porto Madero, em Buenos Aires, e na região do Rio Cheonggyecheon, em Seul (Coreia do Sul). Obras de grande impacto urbano, elas envolveram alguns bilhões de dólares. O Porto Maravilha custou R$ 8 bilhões.
Para a SPUR, as cidades não precisam, necessariamente, comprometer seus orçamentos para transformar suas ruas. Os projetos econômicos da ONG influenciaram reurbanizações enxutas em várias cidades europeias – entre elas, Lisboa (Portugal) e Copenhague (Dinamarca). Boa parte das obras substituiu áreas de estacionamento por calçadas e boulevards. Há casos em que o poder público sequer desembolsa recursos, pois o próprio comércio local financia a reforma, com o objetivo de atrair mais público. Estima-se que as ruas-calçadas nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa já passem de três mil.
 
Entrevistado
Benjamin Grant, urbanista da SPUR (San Francisco Bay Area Planning and Urban Research Association [Associação de Pesquisa e Planejamento Urbano de São Francisco]) (via assessoria de imprensa)
 
Contatos
info@spur.org
www.spur.org
Crédito Fotos: Porto Maravilha, Fernanda Boscaini/WRI Brasil Cidades Sustentáveis e Archdaily
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330