Drones mostram o lado negativo da energia solar no Japão
Infraroi
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13 de dezembro de 2016
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Koichiro Otaki começou a captar imagens de usinas fotovoltaicas em abril de 2015, usando drones. Imagens mostram outro perfil dessa fonte renovável de geração.
Interessado em conhecer mais a respeito das usinas fotovoltaicas em seu país, o fotógrafo japonês iniciou sua jornada por áreas rurais, ou seja, locais onde teoricamente não havia restrições sobre o uso de drones (a legislação atual é mais severa). A cobertura de imagens envolveu desde os subúrbios da capital Tóquio até o norte da região de Tohuku. Aventureiro, Otaki movimentou-se com sua motocicleta, levando o aparato de imagens – inclusive o drone – na mochila.
“Fiquei simplesmente cativado pela sua beleza geométrica”, disse Otaki sobre os painéis solares, segundo reportagem da versão eletrônica do jornal Japan Times, editado em inglês. “Além disso, apesar de um boom recente na geração de energia solar, poucas pessoas tinham visto tais instalações em primeira mão. Eu só queria mostrar às pessoas como elas realmente parecem”, completou.
Com a restrição imposta pela revisão da Lei de Aeronáutica Civil, que entrou em vigor em dezembro do ano passado, o artista precisou reavaliar suas atividades. Hoje, as normas japonesas estabelecem que uso de aviões não tripulados e outras aeronaves não tripuladas pesando mais de 200 gramas são proibidos em áreas residenciais lotadas, em altitudes 150 metros ou mais acima do solo e perto de aeroportos.
Apesar das limitações, o trabalho de Otaki revelou que a necessidade de grandes extensões de terra para instalação dos parques solares levou as empresas do setor a adquirem campos de golfe abandonados após o colapso da economia japonesa no início da década de 1990. Segundo o fotógrafo, como os subsídios para instalação das usinas solares eram altos, muitos deles tomaram a iniciativa de nivelar áreas montanhosas para vendê-las aos empreendedores de energia.
“Eu percebi que, sob o véu de” energia limpa”, a energia solar tem proliferado em todo o Japão por razões que nada tinham a ver com energia limpa”, argumenta Otaki. De acordo com ele, o número de usinas de energia solar aumentou devido ao impulso do governo para promover as energias renováveis após o derretimento do núcleo triplo na usina nuclear Fukushima 1 em março de 2011, o pior desastre nuclear desde Chernobyl.
Segundo o Japan Times, a Agência de Recursos Naturais e Energia indica que cerca de 80 projetos “megassolares” cobrindo centrais com uma produção de 1.000 kW ou mais cada um foram concluídos ou em andamento em todo o Japão desde 2012.
Otaki agora tem uma coleção de fotos tiradas por drones que ele quer usar para mostrar o lado mais sombrio da energia solar. Um interesse crescente em questões energéticas também o levou para a Prefeitura de Fukushima, onde ele captou imagens de sacos de plástico preto contendo solo radioativo, linhas que estão bem empilhadas ao longo de estradas, como pirâmides.