FPIC destaca a importância do investimento em desenvolvimento urbano e infraestrutura para o crescimento do país
Redação EC
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01 de março de 2018
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Quando a Frente Parlamentar da Indústria da Construção (FPIC) foi lançada, em 2015, o Brasil mergulhava em uma grave crise econômica e política, que atingiu com força o setor da construção. O grupo, então, nasceu com o objetivo de fortalecer a cadeira produtiva do setor por meio da sustentação de investimento em infraestrutura e desenvolvimento urbano, abrir canais de interlocução com diferentes órgãos e instancias do poder público e buscar o apoio necessário para atender as demandas da indústria.
Após dois anos de atuação, a FPIC divulgou, recentemente, o primeiro Relatório de Atividades, no qual destacou sua agenda propositiva e um histórico dos trabalhos desenvolvidos desde a sua criação, como o convênio com a Associação Paulista de Municípios (APM), que buscou simplificar a padronização do código de obras dos municípios, e a disseminação do licenciamento integrado de obras nas prefeituras. Segundo a FPIC, o cumprimento dessas e outras ações só foi possível graças à parceria firmada com o setor e ao apoio dos mais de 60 deputados estaduais que integram a Frente.
No relatório, o diretor titular do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic-Fiesp) e vice-presidente do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic-Fiesp), Carlos Eduardo P. Auricchio, ressalta que para que o Brasil possa prosperar nas próximas décadas é preciso investir em infraestrutura. Não é à toa que, no 12° Congresso Brasileiro da Construção, realizado pelo Deconcic-Fiesp em 2016, apresentou-se o montante estimado em R$ 4,1 trilhões a ser desembolsado entre 2016 e 2022 para a área.
“Somente construindo e aprimorando a malha logística, a matriz energética, os serviços de telecomunicações; bem como reduzindo o déficit crônico de habitação, universalizando os serviços de saneamento e ampliando a mobilidade urbana é que conseguiremos alcançar novos patamares como nação desenvolvida”, disse. Mas, de acordo com Auricchio, alcançar esse objetivo requer constante diálogo entre o setor privado e o poder público – trabalho que vem sendo realizado com maestria pela FPIC. “Foi com esse pensamento que o Deconcic—Fiesp, assim como as mais de 70 entidades, apoiou a criação desta Frente Parlamentar”, salientou.
Até agora, a agenda propositiva da FPIC para o Estado de São Paulo tem incluído propostas em quatro eixos principais: gestão, tributação, financiamento e cadeia produtiva. Segundo o relatório, a atuação do grupo tem trazido a oportunidade de o setor estar em constante contato com agentes do poder público paulista, assim como tem permitido que pautas importantes para a sociedade se materializem em projetos legislativos estaduais, como é o caso da inspeção periódica para segurança de edificações.
Cadeia produtiva da construção em número
A cadeia produtiva da construção reúne empresas de todos os elos e investidores, em qualquer tipo de ativo produzido pelo setor. Segundo Relatório de Atividades da FÌC, no Brasil, o número de pessoas envolvidas neste mercado alcançou 11,7 milhões em 2016, o que representa cerca de 13% da força de trabalho ocupada no país. Estima-se que São Paulo, por sua vez, responde por cerca de 30% do total de trabalhadores com carteira assinada dessa cadeira produtiva no país, porcentagem equivalente a 1,83 milhão de pessoas.
O estudo também apontou que os investimentos na construção paulista somaram cerca de 116,7 bilhões em 2015, representando 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo naquele ano. Mais de R$ 89 bilhões deste aporte foram destinados às obras realizadas pelas construtoras, enquanto o segmento de autoconstrução e outras obras somaram a quantia de R$ 27,2 bilhões.
Em suma, o total de investimentos realizados em estradas, aeroportos, redes de esgoto, escolas, hospitais, edificações residenciais e comercias, indústrias, obras de manutenção e reformas, alcançou cerca de R$ 2.629,20 por habitante em 2015.